Momento Diabetes - Edição 14 (2018-12 & 2019-01)

(Antfer) #1

DESCANSO


QBSBB#"33*("


Aplicar insulina sempre no mesmo local


pode causar lesões e descompensar a glicemia


D


epois de quase duas décadas convivendo
com o diabetes tipo 1, a gerente de vendas
Monica Santos, de São Bento do Sapucaí
(SP), descobriu os perigos que corria por não
fazer o rodízio dos locais de aplicação de insulina.
A bandeira vermelha levantou quando a jovem,
adepta de esporte, percebeu que não conseguia
uma barriga chapada, mesmo malhando com afinco.
“Certo dia notei que na área próxima do meu umbigo
havia uma saliência, como se fosse um ‘pãozinho’.
Isso me incomodou, mas como nas consultas a
minha médica sempre apalpava esse local e nunca
identificou nenhum caroço ou depressão, fiquei
menos preocupada. Aliás, ela sempre me perguntava
se eu fazia o rodízio das aplicações de insulina e eu
respondia que sim”, conta a jovem, que é autora do

blog Diabetes em Família Oficial. Porém, Monica, que
faz terapia com múltiplas doses de insulina, estava
errando em um detalhe importante: ela nunca dava
descanso para o abdômen. Um dia Monica aplicava
insulina do lado esquerdo da barriga e no outro, injetava
no lado direito. Por isso, as primeiras lesões, chamadas
de lipohipertrofia, começaram a aparecer nessa região.
Seguindo as recomendações, além do abdômen,
é possível aplicar insulina nos braços, nas nádegas
e nas coxas, e é fundamental revezar esses lugares
para evitar o aparecimento de pequenos caroços
que interferem na absorção da insulina.
Monica só ficou sabendo que o tal “pãozinho” era
prejudicial para o tratamento quando participou do curso
Educando Educadores, da ADJ Diabetes Brasil, onde
teve uma aula sobre lipohipertrofia e viu lesões parecidas
com as dela em um boneco da BD que havia na sala.
Depois da descoberta, a gerente de vendas buscou
orientações sobre como tratar o problema. “Fui
orientada pela equipe médica a deixar de fazer
aplicação de insulina no local afetado por no mínimo
quatro meses, para que essa região descansasse e o
tecido subcutâneo voltasse a ser saudável. Não foi
fácil, pois eu já estava muito acostumada. Comecei
então a aplicar na parte superior do bumbum, nas
laterais externas da coxa e no flanco, o famoso
culote, onde nunca havia aplicado insulina na vida”,
revela. Nove meses depois, o “pãozinho” diminuiu
cerca de dois terços e, em breve, Monica poderá
voltar a aplicar no abdômen.

“Fui orientada pela equipe médica a
deixar de fazer aplicação de insulina no
local afetado por no mínimo 4 meses,
para que essa região descansasse”,
conta Monica Santos.
18 ŔMOMENTO DIABETES

#%"13&4&/5"
Free download pdf