Adega - Edição 159 (2019-01)

(Antfer) #1

14 ADEGA >> Edição^159


gistra que nasceu e foi criado na propriedade fami-
liar e que sempre conversou com o pai a respeito de
vinhos. No curto período em que está no comando,
promoveu mudanças de caráter técnico, como usar
leveduras nativas, aumentar o tempo de fermen-
tação e adicionar menos anidrido sulfuroso (SO2)
aos vinhos. Outra providência importante foi a uti-
lização de um novo equipamento para desengaçar
as uvas, o que reduz a possibilidade de amargor no
produto final. Mas Frederik não esconde que um
de seus objetivos é investir em enoturismo. Além
da esplêndida localização às margens do Reno, a
vinícola dista apenas pouco mais de 30 minutos do
aeroporto internacional de Frankfurt, uma das por-
tas de entrada da Alemanha. E já conta com um
hotel, que está sendo ampliado, e é muito usado
para casamentos.

supermercados e é elaborada com uvas compra-
das). Do total, 75% é Riesling e 15% Spätbur-
gunder (nome dado à Pinot Noir na Alemanha).
Essa proporção, segundo Frederik, corresponde
à que prevalece em praticamente toda a região
do Rheingau. Os 10% restantes estão plantadas
com outras castas, inclusive uma curiosa “Rote
Riesling” (Riesling vermelha), que seria ascen-
dente da própria Riesling como a conhecemos
hoje, mas de cor levemente rosada, como a Pinot
Gris. Ela foi replantada em 2007 e hoje é uma
de sete variedades brancas usadas num vinho da
Baron K que retoma uma antiga tradição: as uvas
são colhidas e fermentadas juntas, no conceito
“field blend”.
Ainda que venha do mercado financeiro, Frede-
rik não se considera um estranho no ninho. Ele re-

Os
vinhos do
Rheingau, por
sua acidez,
podem lidar
melhor com
um pouco
mais de açúcar
residual do
que os do
Mosel

fotos: divulgação

Free download pdf