Valor Econômico (2020-03-14, 15 e 16)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 7 da edição"16/03/20201a CADA" ---- Impressa por RCalheiros às 15/03/2020@20:58: 03


Sábado,domingoesegunda-feira, 14,15e16demarçode 2020| Valor|A


Política


O grande flagelo


BrunoCarazza


A


ochegaremas


notíciasdeque


umaepidemia


assolavadiversos


países,oprimeiro


pronunciamentodaautoridade


máximadasaúdenoBrasilfoi


tranquilizarapopulação:“Até


agoranenhumcasosuspeito


noschegou”.Depoisdeanalisar


osdadosdisponíveis,constatou


quenãohaviamotivospara


pânico.Egarantiu:“faremos


tudoquandopudermos”para


evitarocontágiodadoença.


Diantedocrescimento


aceleradodonúmerodecasos


aoredordomundo,médicos


recomendavamqueogoverno


deveriaempreenderuma


rigorosafiscalizaçãodos


passageirosbrasileirose


estrangeirosquechegavam


principalmentedaEuropa,


ondeaepidemiapareciafugir


docontrole.Alguns


especialistas,porém,criticavam


ahisteriadosmeiosde


comunicaçãoemrelaçãoà


doença:emboraderápida


disseminação,tratava-sede


maisumsurtodegripequede


temposemtemposassolaa


humanidade,eissonãodeveria


sermotivodepreocupação,


porquealetalidadedadoença


emgeralébaixa,restritaàs


pessoasmuitoidosase


debilitadas.


Apropagaçãodovírusno


exterior,intensamente


repercutidapelaimprensa,


deixoutodosapreensivos.Navios


compassageirosinfectados


começaramaserproibidosde


aportaremváriaspartesdo


mundo,deixandoàprópriasorte


milharesdepessoas.Umgrupo


debrasileiroschegadosdo


exteriorfoicolocadoem


quarentenaedeterminou-sea


inspeçãonospontosdechegada


epartida.Comaidentificação


dosprimeiroscasosde


contaminaçãoemterritório


nacional,oBrasilentravano


mapadamaisnovapandemia.


Poucomenosdeduas


semanasapósadetecçãodos


primeiroscasos,anova


enfermidadecomeçaamostrar


aqueveio.Cidadesecidades


começamainformarao


governoaocorrênciadesurtos,


principalmenteemlocaiscom


presençadegrandenúmerode


pessoas:órgãospúblicos,


escolas,quartéis,presídios.


Oscasos,contados


inicialmenteumaum,passam


rapidamenteàsdezenas,


centenasedepoismilhares,


numaprogressãogeométrica.


Paraamaioria,ossintomassão


deumagripecomum,porém


muitoforte,masasmorteslogo


começamaatingirgrandes


proporções.Médicosvãoà


imprensarecomendarqueas


pessoasredobremoscuidados


comahigieneeevitem


aglomerações.


Àmedidaemqueaepidemia


sealastra,ocotidianodaspessoas


começaaserafetado:osistema


detransportepúblicoparapor


faltadeempregados,oefetivo


policialsereduzeórgãos


públicosficamàsmoscas.


Cinemas,teatrosemuseus


decidemsuspendersuassessões.


Asruasseesvaziame,assim,


váriosestabelecimentos


comerciaiseindustriaisfecham


asportas,confirmandoquea


economiaacabavadeser,ela


própria,contaminada.


Acapacidadede


atendimentodoshospitais


chegaaoseulimite:lotadosde


pacientescontaminados,não


hámaisleitosparaacolher


grávidasemtrabalhodeparto


ououtrasenfermidades.


Pressionado,oPoderExecutivo


finalmentesemexeepassaa


contratarmaismédicosem


caráteremergencial.Ogoverno,


noentanto,relutaemtomar


qualquerprovidênciaem


relaçãoàsescolaspúblicas,


argumentandoqueasituação


estavasobcontrole–enquanto


isso,osestabelecimentos


privadossuspendemsuasaulas


porcontaprópria.Paramostrar


queapandemianãofaz


qualquerdistinção,auxiliares


dopresidentedaRepública


começamaapresentaros


sintomasdamoléstia.


Comaquedanademanda,


setoresempresariais


pressionamoministroda


Fazendaporprovidênciaspara


provercréditoecapitaldegiro


parasuasatividades.A


populaçãoseindignacom


comerciantesqueaproveitam


domedocoletivoparacobrar


preçosaviltantespor


medicamentos,produtosde


higieneegênerosdeprimeira


necessidade.Empoucosdias,as


cidadescomeçamaenfrentar


escassezdealimentos.


Ocontágioseespalhaeficaclaro


queopaísnãoestavapreparado


parareagiràpandemia.Reunido


comoministrodaJustiçaeos


comandantesmilitares,o


presidentedeterminaacriação,em


caráterdeurgência,depostos


médicosimprovisadosemclubese


agênciasbancáriaseainstalação


deumgrandehospitalprovisório


commaisleitosparaosenfermos.


Apopulaçãomaispobre,vivendo


emprecáriascondiçõesde


salubridade,éamaisafetada:“a


totalidadedessesinfelizesmorrem


àmíngua,entreguesàvoraz


epidemia,porfaltaderecursos,


semquemosacuda,semmédico,


semumrealnempostode


socorro”.Asituaçãochegaao


pontodecomeçarafaltarpessoal


paraenterrarosmortosnos


cemitérios.


Pressionado,opresidente


decidedemitiraequipeque


coordenavaosesforçosnaárea


desaúdeedecretarferiados


paraconteraproliferaçãoda


doença.NoCongresso,


deputadosesenadoresentram


numrecessobrancodeduas


semanas,enquantoopaísestáà


esperadavotaçãodecréditos


extraordináriosparacobriras


despesasextrascomocombate


àpandemia.


Noauge,osjornaiscontam


umamédiade650mortospor


diaapenasnacapitalfederal.


Mas,paraalíviodetodos,


notíciascomeçamachegar


dizendoquenoexteriora


epidemiadeclina.Emalgumas


semanas,comopormilagre,a


gripecomeçavaaretroceder


poraquitambém.Avidaaos


poucosretornaaonormal,mas


osdanossobreasfamíliasea


economiadopaíssefazem


sentiremtodaparteepor


muitotempo.


O relatoacimafoi todo


baseado em reportagensdo


jornalCorreioda Manhã,do


Rio de Janeiro, entresetembro


de 1918e janeiro de 1919.


Emborasem númerosprecisos,


estimativas apontamque a


gripeespanholatenhamatado


em tornode 35.000pessoasno


Brasil–aproximadamente0,1%


da populaçãobrasileira


naqueletempo.


Segundoacríticadaépoca,


“muitalágrimaseteria


estancado,muitadorseteria


aliviado,muitocoraçãoseteria


consolado” seogovernotivesse


tomadomedidasdurasassim


quesedeucontadoqueocorria


naEuropaenosEstados


Unidos.Ocortenasverbasda


saúdenosanosanteriores,o


excessodeotimismodequea


epidemianãochegariaaquiea


desorganizaçãodoserviço


públiconarespostaàexpansão


dadoençaforamapontados


comoosculpadospormilhares


devidasperdidasegrandes


prejuízosaopaís.


Poucomaisde100anos


depois,ficaoalertaparaas


autoridadesatuais.


BrunoCarazzaé mestre em economia,


doutor em direito e autor de “Di nheiro,


Eleiçõese Poder: as engrenagens do


sistemapolíticobrasileiro”. Escreve às


segundas-feiras


[email protected]


Epidemiasealastra


e governoagea


reboque


“Precisamos que o presidente


assumaa cadeira de piloto do avião”


MarceloRibeiro e


FernandoExman


De Brasília


O presidente da Câmarados


Deputados, Rodrigo Maia(DEM-


RJ),recebeuoValornaresidência


oficialjáalertando:“Delonge”.


O avanço do coronavírusnão


impôs apenasuma novadinâmi-


caparaaentrevista,mastambém


para a atividade parlamentar,


nummomento em que o Con-


gresso terá que combater os efei-


tos dessacrise,e na relação entre


osPoderes.


Maiase disse“perplexo” com a


participação do presidenteJair


Bolsonaro nas manifestações


contra o Legislativoe o Judiciá-


rio.Foradaentrevista,naredeso-


cial Twitter, bateusem piedade.


Mirounaquestãodasaúde,enão


nas críticasque os manifestantes


fazemàsinstituições.


“OpresidentedaRepúblicaig-


noraedesautorizaoseuministro


da Saúdee os técnicos do minis-


tério, fazendo pouco caso da


pandemiae encorajandoas pes-


soas a sair às ruas.Isso é um aten-


tadoàsaúdepública,quecontra-


ria as orientações do própriogo-


verno”,escreveu.


Na entrevista, Maia cobrou


que opresidenteda República


assumaa“cadeiradepiloto”para


a qualfoi eleito, e demonstrou


comoaCâmarapodeajudar.


“A PEC do Teto de Gastos limita


osgastoseéimportantequeagen-


te dê clareza aos investidores que


ela não será cancelada”, destacou.


“Masela tem uma previsão que em


caso de catástrofeogoverno pode


editar projetos ou medidas de cré-


ditosextraordinários.”


Ele sinalizou,por outrolado,


que uma alteraçãoda metafiscal


que garantarecursosparaoen-


frentamentoda crise não terá di-


ficuldadesno Congresso:“Esteé


umcasodecatástrofeeprecisafi-


car claro. Oorçamentodo Minis-


térioda Saúdenão podeestarli-


mitadopornada”.


Perguntadose ocomportamento


do presidenteéincompatívelcom o


cargo, oque em tese pode embasar


um pedido de impeachment, o pre-


sidente da Câmara afirmou que o


Congresso não agravaráacrise.“Às


vezes, me dá a impressão que o go-


verno querisso. Nós não seremos


responsáveisporisso”, disse.


Valor:Antesdasmanifestações,
osenhorestavacomumdiscurso

pacificador. O quemudaa partirdo


queocorreunodomingo?


RodrigoMaia:Pacificadorpelo


tema[coronavírus],não pela re-


laçãocom o governo.Eu sempre


deixeiclaroqueumacoisasãoes-


ses próximostrês meseseoutra


coisaé depoisdos três meses.Por


maisque o que ocorreuhoje [do-


mingo] seja gravíssimo, nós te-


mos que ter paciênciapara dizer


oseguinte:nósprecisamosdopi-


loto do avião no lugarcorreto.


Nós não podemos repetiro filme


“Apertemos cintosque opiloto


sumiu”.Nósprecisamosdopresi-


denteda Repúblicana cadeirade


piloto. Essaé acadeiraparaa


qualele foi eleito.Comandaro


Brasilna crise, esse é opapel do


presidente e só ele podecoman-


daropaísnestacrise.


Valor:Comoosenhoravaliaa


reaçãodogovernoemrelaçãoà


pandemiae aosimpactoseconômi-


cosdeladecorrentes?ComooCon-


gresso deve interagir com essa


agendadopoderExecutivo?


Maia:Aagendade hoje émui-


to diferenteda de quatroou cin-


co semanasatrás.Se a reaçãonão


for bemorganizadapelogover-


no,nós teremosaumentodo de-


semprego e da pobreza.Não po-


demos esquecerque o Brasiltem


uma informalidade enorme.


Muitos vão precisarentrarem


quarentena,mas não têm outra


renda.Oqueagenteesperaéque


ogovernopossaseorganizarnão


apenasna saúde,mas tomarde-


cisõespara que oimpactoem al-


gunssetoresseja minimizado. O


que vai acontecer no setorde ser-


viços,entretenimento? O setor


de aviação, ode turismo?Alguns


setoresjáestãodandofériascole-


tivasoudemitindo.


Valor:Aparticipaçãodopresi-


dentenamanifestaçãonãoprejudi-


ca essareaçãocontraa pandemia?


MaiaEm um momento como


este, cabe a todososPoderestra-


balharemconjunto,unidos,para


queosimpactosdestacrisesejam


reduzidos. Infelizmente, não éo


que agente vem acompanhando


nos últimosdias. Primeiro mini-


mizou demais, depois chegou


perto do coronavíruseno diade


domingo deu umademonstra-


ção de total irresponsabilidade


em relação amilhões de brasilei-


ros.Maisdoqueisso:mandouum


sinal desautorizando o seu pró-


prio ministroda Saúde e sua


equipe, quando recebeu uma


orientaçãodela. Fezuma grava-


ção junto comoministro dizen-


doquenãopodehaveraglomera-


ções e doisdias depois desautori-


zaaprópriaequipedapasta.


Valor:É possíveltrabalharem


harmonia,ummandamentoconsti-


tucional, tendoumchefedoPoder


Executivoatuandocontraos outros


Poderes?


MaiaÉdifícil imaginar,em


umacriseque podeser até mais


parecidacom adepressãode


1929,umchefedoPoderExecuti-


vo desrespeitandoseu próprio


ministro da Saúde,sinalizando


para asociedadealgo que écom-


pletamenteequivocadoem rela-


ção a tudoque todosos especia-


listasestãofalando.Quandono


iníciodo crescimentomaisforte


dessapandemianoBrasilagente


não vê opresidentecomandan-


do as açõesedandooexemplo,


certamenteé um momento de


perplexidadepara todosnós que


queremosevamosajudar.


Valor:Deve-seesperaralguma


reaçãoporpartedoCongresso?


MaiaNão vamosolharpara es-


sas coisas,apesar de gravíssimas.


Nós temosvidasem jogo e, neste


momento, vamoscuidardessas


vidas.A pautapolítica,do deba-


te, ficarápara momentoondees-


sa situaçãoda pandemiaesteja


estabilizada, quandoa gentete-


nha garantidoa passagempor


essafase.Vamostratardapolítica


depois.Tenhocertezaque oSe-


nadoe aCâmara dos Deputados


não serãoinstrumentoparane-


nhumacriseinstitucional,mas


nós queremose chegamos ao


pontode exigirque ogoverno


comandeo Brasilde formadefi-


nitivae coordeneos trabalhos


em harmoniacom os outrosPo-


deres,para que todosnós possa-


mosdaranossacontribuição.


Valor:Ogovernofederaltam-


bémdeveenfrentardesafiospara


cumprirametafiscal.Comqualho-


rizonteo senhortrabalha?


MaiaOgovernofederalcerta-


mentevai ter quedada arrecada-


ção. Certamentevai precisarmu-


dar a metapara garantiro Orça-


mentofuncionandoaté o final


do ano. Vaiprecisarde recursos


extras,acreditoque parasaúde.


Temosqueestarcom oOrçamen-


to aberto.APEC do Teto de Gas-


tos limitade formacorretaos


gastos,mashánelaumaprevisão


de crédito extraordinário,de


gastosextrasem casode catás-


trofe.Esteéumcasodecatástrofe


eprecisaficarclaro.Oorçamento


da Saúdenão podeestarlimita-


dopornada.


Valor:Dopontode vistapráticoo


governoestádemorandooanúncio


de maismedidas?


MaiaNa área da saúdeestá ca-


minhando. Na área econômica, é


claroque os impactosacontece-


rão.Masninguémtemaprojeção


correta.A NovaZelândiareduziu


maisumavez a taxa de juros[a


entrevistafoi dadaantesda deci-


são do Fed]. Esse é o caminho?


Quaisoutrasdecisões?Se aarre-


cadaçãocair,vai ter que mudara


meta.Éesse ocaminho?Numa


horacomoesta, não adianta tra-


balharcom as regrasque nós es-


távamostrabalhandoaté ofinal


doanopassado.


Valor:Háumapressãode alguns


partidosparaquese revejaotetode


gastos.


MaiaAPEC do Teto de Gastos


limitaos gastoseéimportante


que agente dê clarezaaos inves-


tidoresque ela não será cancela-


da. Não. Não vamoscancelara


PEC do Teto,mas ela tem uma


previsãoque em casode catás-


trofeo governopodeeditarpro-


jetosou medidasde créditosex-


traordinários. Tenho certezaque


nenhumbrasileirovai acharque


o governodesorganizou a suas


contasporqueamanhãominis-


tro Mandettapodeprecisarde


maisR$ 10 bilhõesou R$ 15 bi-


lhões. Nãoestoudizendo que


precisará, mas esta hipótese tem


queestargarantida.


Valor:Podemosinterpretarquea


agendapós-coronavírus vaiimpor


dificuldadesaogoverno?


MaiaAdificuldadedogoverno


éque asua agenda, do meu pon-


to de vista,muitasvezes não está


conectada com os problemasda


vida real dos brasileiros. Ogover-


no focounumaagendacorreta,


masnãoéaúnicaagenda.


Valor:A decisãodopresidentede


ir às manifestações podedificultara


aprovaçãodeprojetosqueteriam


consenso?


MaiaAchoque não. Achoque


essa semana tudoque for relacio-


nadoao coronavírus será aprova-


do, porque tudo terá consenso.


Parlamentares estarãoprontospa-


ra votar e construir acordo sobre


projetos que venham do governo


para proteção da vida das pessoas


edos empregos. Comvotação por


acordo, a gentenão precisa de


aglomeraçãonoplenário.


Valor:Háumnúmerocrescente


de pessoasdizendoqueo comporta-


mento pessoaldopresidentedaRe-


pública está sendoincompatível


como cargo. Diantedofatode queo


presidentedaCâmaradosDeputa-


dosé oresponsável peloacolhimen-


toounãodepedidosdeimpeach-


ment,qualéaopiniãodosenhora


respeitodessavisão?


MaiaPoresse motivominha


resposta tem que ser cuidadosa.


Nós já temosmuitosproblemas


no Brasilpara a Câmaraou oSe-


nado serem responsáveis pelo


aprofundamento da crise.Nós


não seremosresponsáveis por is-


so. Às vezes,me dá a impressão


que ogovernoquer isso.Nós não


seremos responsáveis por isso.


Todos nós fomos eleitos.O presi-


denteteve 57 milhõesde votos,


os deputadostiveram100 mi-


lhõesde votos.Todos nós fomos


eleitosde formalegítima.A legi-


timidadede cadaum precisaser


respeitada,comoa legitimidade


dos ministrosdo Supremo, dos


governadores, dos prefeitos, dos


deputadosestaduaise vereado-


res. Todos precisamser respeita-


dos. Nummomento de crise que


a genteestá vivendo,não será da


Câmaraque vai sair nenhumins-


trumento para ampliar ainda


maisacrise. Nós precisamos que


o presidentesentena cadeirade


presidente da República.Opilo-


to do avião precisasentarna ca-


deiraeassumir ocontrole.Não


podetransferirisso para ominis-


tro da Economianem para omi-


nistroda Saúdenemparao mi-


nistroda Infraestrutura. A res-


ponsabilidadeédele. Não há de-


legação de poderno sistemapre-


sidencialista.Opoderédele, ele


precisaexercê-loe é isso que nós


estamosaguardando.


Valor:Bolsonarodisseaoseleito-


resqueaquelesqueo colocaramna


Presidência precisam ajudá-lo a


permanecer.Osenhoravaliaqueo


recente comportamentodeBolso-


narorepresentaumriscoàsinsti-


tuiçõese à democracia?


MaiaEu não sei, porquenão


vejo ninguémtrabalhando para


tirá-loda cadeira.Oque nós que-


remosé que ele comande o Bra-


sil. São coisasdiferentes. Talvez


ele faça uma distorçãonarelação


políticaentreParlamento,Supre-


mo ePoder Executivo,mas oque


nós queremos,ele podeter certe-


za,éavançarcomaagendadesu-


peraracrisedesaúdepública,so-


cial e econômica do coronavírus.


Essa agendade “me ajudema fi-


car aquiӎ uma agendadiversio-


nista.Queremosque ele sentena


cadeirado pilotoe comande esse


grande avião que é o nossopaís,


que tem problemaseprecisade


um presidenteque assumasuas


responsabilidadesem harmonia


comosoutrosPoderes.


Valor:Casoo Congressoganhe


novamenteo protagonismonesse


processo, novamentesetoresirão


dizerqueestátentandoseimple-


mentar, naprática,umparlamen-


tarismo.


MaiaOs apoiadoresdo presi-


dentereclamamnas redesque o


Parlamento quer assumir um


parlamentarismo branco.Oque


a gente gritaagora,em nomede


todosos brasileiros, é que preci-


samos de uma Presidência


atuando, comandandoesse pro-


cesso.


PABLO VALADARES/CAMARA DOSDEPUTADOS19-12-2 019

Maia:“é difícilimaginar,em umacriseque podeser parecidacoma de 1929, um chefe de governo desrespeitarseu ministro

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