FOTO DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E DOCUMENTAÇÃO DA MARINH
A
(DPHDM)/DIVULGAÇÃO
O FIM DA POSIÇÃO NEUTRA DE GETÚLIO
O ataque ao navio brasileiro pelo submarino alemão
U-507 foi o estopim que faltava para que o Brasil
descesse do muro e declarasse guerra ao Eixo. A
adesão formal do Brasil aos aliados colocaria ponto
final no jogo político do presidente Getúlio Vargas, que
tentava tirar o máximo proveito possível da neutralida-
de, com ambos os lados.
A pressão popular sobre Vargas, capitaneada por
entidades como a União Nacional dos Estudantes
(UNE) e a Liga de Defesa Nacional, aumentou ainda
mais naqueles dias de agosto. A tensão era tão grande
que muitas famílias alemãs eram hostilizadas, mesmo
não sendo simpáticas à postura do país natal. Estabe-
lecimentos comerciais como os bares Berlim e Zepelim,
no Rio de Janeiro, foram depredados, assim como o
Clube Germânia.
Diante de tudo isso, e com a pressão feita pelos
Estados Unidos havia vários meses pela adesão
brasileira, Vargas não teve alternativa a não ser, no dia
22 de agosto, romper relações diplomáticas com os
países do Eixo. Naquele dia, o comunicado do Depar-
tamento de Imprensa e Propaganda (DIP) afirmava,
categoricamente: “Diante da comprovação dos atos de
guerra contra a nossa soberania foi reconhecida a
situação de beligerância entre o Brasil e as nações
agressoras – Alemanha e Itália”. A declaração formal de
guerra ocorreu com o Decreto 10.358, assinado por
Vargas no dia 31 de agosto de 1942.
Em fevereiro de 1943, durante o encontro histórico
entre Getúlio e o presidente dos Estados Unidos,
Franklin Roosevelt, na base militar em Parnamirim, em
Natal (RN), ficou acertada a criação da Força Expedi-
cionária Brasileira (FEB). “Isso só foi possível com a
promessa, por parte de Washington e cobrada por
Vargas, de que nosso efetivo pudesse contar com o
reaparelhamento de material bélico e novo, inclusive
para as tropas que garantiriam o patrulhamento das
costas brasileiras”, salienta o historiador Eduardo José
Afonso. Militares brasileiros foram enviados aos
Estados Unidos, onde passaram por treinamento. Os
pracinhas brasileiros só seriam enviados para combater
na Itália em junho de 1944.
Detonação de carga
de profundidade usada
por caça submarino
brasileiro: em busca
dos nazistas