Aventuras na História #235A - 02Dez22_compressed

(lenilson) #1
forjar alianças com pessoas que tinham sido
suas críticas severas, e teve que consolidar suas
forças enquanto via as potências europeias se
mobilizarem”, dizem os pesquisadores Kathe-
rine Astbury e Mark Philp, editores do livro
Napoleon’s Hundred Days and the Politics of
Legitimacy (“Cem Dias de Napoleão e a Políti-
ca da Legitimidade”, em tradução livre).
Uma das prioridades de Napoleão foi, ao
menos aparentemente, liberalizar e constitu-
cionalizar seu governo: a liberdade para a im-
prensa foi anunciada em 24 de março, seguida,
no dia 29, pela abolição do tráfico de escravos.
Apesar das medidas, ele não era um entusias-
ta das reformas. E não demorou até que as pri-
meiras evidências da fragilidade do apoio po-
pular aparecessem. Havia manifestações civis
e militares em Orleans e sinais de monarquis-
mo em diversas cidades, como Marselha.
Em 3 de abril, Napoleão deu instruções para
enviar representantes à maioria das capitais da
Europa em sinal de suas intenções amigáveis.

A Lettre Circulaire aux Souverains (“Carta Cir-
cular aos Soberanos”) anunciava que seu re-
torno era necessário para a felicidade do povo
francês e que ele havia sido carregado a esse
posto pelo amor das pessoas. Napoleão tam-
bém insistia que seu desejo era de paz e de
proteção para as fronteiras internacionais.

REFAZENDO AS FORÇAS


Ninguém comprou essa conversa – nem era a
expectativa do imperador que o fizessem. Tra-
tava-se de uma forma de ganhar tempo. Napo-
leão teve que recrutar um novo Exército. Não
faltavam voluntários, mas postos de comando
precisavam de atenção, pois vários de seus an-
tigos homens mudaram de lado no motim do
ano anterior. Ainda foi preciso lidar com im-
previstos. Seu ex-chefe do Estado-Maior, Lou-
is-Alexandre Berthier, sofreu um acidente e foi
substituído por Nicolas Soult – considerado
excelente em campo, mas sem experiência
como chefe operacional.

PERSONAGEM


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