A votação para o plebiscito teve adesão de
apenas um quinto entre os que podiam votar.
Um indicativo de apatia ou contentamento, que
viria ratificar o documento de Constant no
início de junho. A tensão entre o populismo –
notado na procura por ratificação via plebisci-
to – e o poder político absoluto continuava em
crescimento. O instinto de Napoleão era seguir
pela segunda opção, que o faria perder apoio.
MAIS SANGUE
A guerra era inevitável. O Congresso de Viena,
formado em novembro de 1814 para tentar
estabelecer uma nova ordem após a queda de
Napoleão, com representantes da Áustria, Por-
tugal, Rússia, Reino Unido, Prússia e outros
inimigos, logo se pôs a traçar uma campanha.
Um exército anglo-batavo-alemão de 93 mil
homens, liderado pelo Duque de Wellington,
se uniria na Bélgica a 117 mil prussianos sob
as ordens do general Gebhard Leberecht von
Blücher. No Alto Reno se concentrariam 210
mil austríacos. Os russos, com 150 mil homens,
marchariam pela Alemanha até o Médio Reno.
E um exército austro-italiano de 75 mil pesso-
as ficaria no norte da Itália.
O ataque começaria entre 27 de junho e 1º
de julho de 1815. Mas Napoleão, à frente de 124
mil homens, foi mais rápido. Em 15 de junho,
depois de ter intensificado os preparativos para
a guerra no final de maio, invadiu a Bélgica.
Era preciso atacar os exércitos inimigos antes
que eles se reunissem.
Com as tropas anglo-batavo-alemãs ainda
separadas dos prussianos, Napoleão decidiu
avançar sobre os homens de Blücher, que esta-
vam à sua direita, em Ligny. E mandou o ma-
rechal Michel Ney, com 24 mil homens, para
Quatre-Bras a fim de barrar qualquer tentati-
va de os ingleses ajudarem os aliados.
Em 16 de junho, sabendo que eram os fran-
ceses os interessados nesse ataque, Blücher
entrincheirou seus homens em fazendas pró-
ximas a Ligny e esperou. No fim da tarde, a
Guarda Imperial francesa tomou o centro prus-
siano. Mas Blücher liderou o contra-ataque
com a cavalaria e os prussianos puderam re-
cuar em ordem.
Napoleão destacou uma tropa de 30 mil
homens, entregou-a ao general Grouchy e or-
denou a perseguição aos prussianos após os
eventos do dia 16. Enquanto isso, em 17 de
junho, Wellington se aproveitou das chuvas
torrenciais para levar seu exército a uma posi-
ção mais segura, o Monte Saint Jean.
Em 18 de junho, Grouchy encontrou os
prussianos. Achou que a retaguarda, deixada
como isca, fosse o grosso do exército inimigo.
Missão cumprida, decidiu se retirar para Paris.
Apesar do som dos canhões a distância.
CONFRONTO FINAL
Naquela manhã, Wellington posicionara suas
tropas ao longo da elevação de Saint Jean. A
ala direita se concentrava em torno da fazenda
de Hougomount. No centro, a fazenda La Haye
Sainte estava ocupada por unidades dos Países
Baixos. À esquerda, tropas se posicionavam em
torno da fazenda Papelotte. A postura defen-
siva poderia ganhar tempo e aumentar as chan-
ces de o reforço prussiano chegar.
Napoleão queria começar cedo. Mas foi pre-
ciso esperar até as 11h para o solo secar um
pouco e dar início ao ataque contra Hougo-
mount. A ideia era fazer o inglês desperdiçar
tropas ali para, então, atacar no centro. Por
volta de 12h30, o marechal Ney posicionou 74
canhões contra a fazenda de La Haye Sante. Às
13h, 17 mil homens atacaram. Ao mesmo tem-
po, outro contingente se aproximava, pressio-
nando a ala esquerda dos britânicos. Napoleão
partia para o ataque frontal.
Mas Wellington pensou rápido. Ordenou a
retomada de Papelotte, o que foi feito. Para
conter o centro, acionou a 5ª Brigada, veterana
da guerra na Espanha. As tropas de Napoleão
retrocederam e Wellington acionou sua cava- IMAGENS HULTON ARCHIVE/GETT Y IMAGES
TENDO RETORNADO SOB
ALEGAÇÃO POPULAR, NAPOLEÃO
NÃO PODERIA SE PERMITIR
PERDA DE APOIO DO POVO
PERSONAGEM
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