laria para um contra-ataque no centro, levando
desordem aos franceses. Mas por pouco tempo.
Perto da linha de canhões inimiga, a cavalaria
inglesa foi surpreendida por um contragolpe.
Eram 15h e Napoleão recebeu a notícia da
aproximação dos cerca de 40 mil homens do
Exército prussiano, pelo lado direito do Exér-
cito francês, nas imediações de Papelotte –
aqueles que Grouchy não contivera. O impe-
rador ordenou ao marechal Ney que tomasse
La Haye Sainte e rompesse o centro inglês. Mas
Ney caiu num erro de julgamento ao acreditar
que o Exército inglês recuava. Mandou a cava-
laria para cima do inimigo e Napoleão enviou
reforços em vão.
O imperador decidiu usar sua última reser-
va: a Velha Guarda, a elite dos veteranos, em
dois batalhões que estabilizaram a ala direita.
Era a hora da cartada final. Às 19h, o francês
enviou os últimos quatro batalhões da Velha
Guarda contra o centro inglês. Wellington fi-
cou entrincheirado no alto do Saint Jean. Aca-
bou salvo por um belga que por anos lutou ao
lado de Napoleão. O general David Hendrik
Chassé se lançou numa carga feroz de baione-
ta. Pela primeira vez os veteranos de Napoleão
recuaram.
Pela direita, os prussianos finalmente esma-
gavam os franceses. Num último ato, três ba-
talhões da Velha Guarda permaneceram lutan-
do para dar ao imperador a chance de fugir. Só
às 21h Wellington se encontrou com Blücher,
que queria chamar a batalha de Belle Aliance,
nome da fazenda que fora o quartel. Mas
Wellington batizava combates com o nome do
lugar onde ele dormira na noite anterior. Na
ocasião, uma vila a alguns quilômetros dali.
Waterloo.
Em 22 de junho, Napoleão foi forçado a
abdicar pela segunda vez. Sob custódia
inglesa, seguiu para a Ilha de Santa Helena,
no Atlântico Sul, aonde chegou em 17 de
outubro. Em 1819, caiu doente, mas
escreveria, no ano seguinte: “Eu ainda estou
suficientemente forte. O desejo de viver me
sufoca”. A história foi outra. Ele morreu em 5
de maio de 1821, depois de meses de fortes
dores no estômago. Em relação à
especulação sobre um possível
envenenamento, Steven Englund, em seu livro
Napoleão: Uma Biografia Política, diz que
pesquisas descartaram a hipótese. Em 1840,
o corpo voltou à França, e Paris parou para
saudar seu imperador.
Napoleão em exílio a bordo
do HMS Bellerophon, 1815