O Estado de São Paulo (2020-03-23)

(Antfer) #1

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A4 SEGUNDA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


COLUNA DO


ESTADÃO


Política


»SINAIS
PARTICULARES.
Jair Bolsonaro,
presidente da
República

»Top. A Quaest elaborou
um ranking do Índice de
Popularidade Digital (IPD)
dos ministros. Abraham
Weintraub, “o lacrador”, e
Sérgio Moro ficaram fora
porque não têm perfis nas
três principais redes: Twit-
ter, Instagram e Facebook.

»No topo. Os ministros
Tarcísio de Freitas (Infraes-
trutura) e Augusto Heleno
(Segurança Institucional)
aparecem praticamente em-
patados como os mais popu-
lares nas redes sociais.

»Extremos. Tarcísio tam-
bém é considerado um “téc-
nico”. Na contramão, Hele-
no esteve no epicentro da
atual crise entre os Poderes
após ter dito que há “chan-
tagistas” no Congresso.

»Viés de baixa. Damares
Alves (Família), Ricardo Sal-
les (Meio Ambiente) e
Onyx Lorenzoni (Casa Ci-
vil) encolheram sua popula-
ridade digital no período.

»Estacionada. Damares,
no entanto, ainda ocupa a
terceira posição, atrás de
Tarcísio e de Heleno e está
empatada com Marcos Pon-
tes (Ciência e Tecnologia).

»Dados. O IPD da Quaest
avalia políticos e marcas.
Os dados são coletados no
Twitter, Facebook e Insta-
gram. Depois, processados
usando um algoritmo de
inteligência artificial. A me-
todologia completa está no
blog da Coluna.

»Ciúme. A aliados, Jair Bol-
sonaro demonstrou incômo-
do com o protagonismo de
Mandetta no início da crise.

»Ouvidos. Um conhecedor
dos bastidores do bolsona-
rismo acha que o presiden-
te vive agora com um diabi-
nho e um anjinho em cada
ombro, um pedindo “con-
fronto”; o outro, “paz”.

»Versus. Empreiteiras es-
tão aflitas com as idas e vin-
das entre o governo de SP e
prefeitos do litoral que que-
rem paralisar obras de in-
fraestrutura. Para a Queiroz
Galvão, interromper a dupli-
cação da rodovia dos Tamoi-
os pode prejudicar a estrutu-
ra de viadutos e túneis.

»Na rua. Se isso aconte-
cer, a empresa deverá demi-
tir cerca de 1.500 trabalha-
dores e prevê impacto na
cadeia de fornecedores.

»Ajuda. O presidente da
Câmara Municipal de SP,
Eduardo Tuma, protocolou
projeto autorizando a Pre-
feitura a dar auxílio a autô-
nomos e incentivos fiscais,
de licenciamento e isenção
de multas, às empresas que
não demitirem funcionários
e colaboradores nos próxi-
mos seis meses.

»Ajuda 2. Também isenta
de ISS, IPTU e taxas de
CCM microempreendedo-
res individuais e empresas
de pequeno porte adeptas
do Simples Nacional. As
medidas valeriam enquanto
durar o decreto de emergên-
cia e calamidade pública.

»Veja bem. Por meio da
assessoria, a Assembleia-SP
diz não estar parada por cau-
sa do covid-19. “Administra-
tivamente os setores estão
operando, com restrição ao
público externo”.

»Quase lá. Sobre o siste-
ma para votação à distân-
cia, reivindicação do Parti-
do Novo, a assessoria diz
que a Casa fará o primeiro
teste ainda hoje.

COM MARIANA HAUBERT E
MARIANNA HOLANDA

A


crise do coronavírus está turbinando a popularida-
de digital de Luiz Henrique Mandetta, conforme
estudo exclusivo elaborado pela Quaest Consulto-
ria à pedido da Coluna. Na rede social preferida do bolso-
narismo, o Twitter, o número de seguidores do ministro
da Saúde quase dobrou, cresceu 83,2%, de 72,2 mil no iní-
cio de fevereiro para 132,2 mil neste mês (até sexta-feira).
O vento parece estar virando para os quadros “técnicos”:
Tereza Cristina (Agricultura) também ampliou sua in-
fluência em cerca de 50%. Fica a dica para Jair Bolsonaro.

‘Técnico’, Mandetta


se projeta nas redes


ALBERTO BOMBIG
TWITTER: @COLUNADOESTADAO
[email protected]
POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/

KLEBER SALES/ESTADÃO

Mandetta sugere adiar
eleição de 2020; Maia

se diz contra. Pág.A


Coronavírus


Desaprovação da gestão


Bolsonaro é de 48% em SP


Ibope. Índice corresponde à parcela dos moradores da capital que consideram governo do


presidente ruim ou péssimo; já a avaliação negativa do governador João Doria chega a 44%


Daniel Bramatti

A administração do presiden-
te Jair Bolsonaro é considera-
da ruim ou péssima por 48%
dos moradores da capital pau-
lista, segundo sondagem do
Ibope resultante de parceria
entre o instituto de pesqui-
sas, o Estado e a Associação
Comercial de São Paulo
(ACSP). Os que consideram a
gestão ótima ou boa são 25%,
e os que optam pelo conceito
regular são 26%.
O Ibope também mediu os ní-
veis de satisfação e insatisfação
dos paulistanos em relação às
administrações do governador
João Doria e do prefeito Bruno
Covas, ambos do PSDB. No ca-
so de Doria, as opiniões negati-
vas chegam a 44%. Já o trabalho
do prefeito é visto como regu-
lar pela maior parcela dos habi-
tantes da cidade (45%).
A desaprovação ao presiden-
te não apenas é alta, mas tam-
bém extremada: 40% dos paulis-
tanos consideram a gestão
péssima, e apenas 8% a veem co-
mo ruim. Ou seja, no universo
dos eleitores insatisfeitos, oito
em cada dez dão ao governo a
pior avaliação possível.
O resultado da pesquisa foi
colhido em meio à crise provo-
cada pela pandemia do novo co-

ronavírus, e já mede a reação
dos paulistanos às primeiras
medidas do presidente e de
seus auxiliares no enfrentamen-
to do problema.
O fato de a desaprovação ao
governo estar alta em São Pau-
lo deve ser preocupante para o
presidente porque a cidade con-
centra parte significativa de
seus eleitores, e porque o des-
gaste pode ser um indicador do
que acontece em outros redu-
tos. No primeiro turno da dis-
puta presidencial de 2018, Bol-
sonaro teve 2,8 milhões de vo-
tos na capital paulista, quase
1,5 milhão a mais do que o se-
gundo colocado, Fernando
Haddad (PT). Em porcentuais,
o resultado foi 45% a 20%. No
segundo turno, Bolsonaro ven-
ceu com o voto de seis em cada
dez paulistanos.
O Ibope não fez outras pes-
quisas recentemente sobre a
avaliação do governo federal en-
tre a população de São Paulo.
Por isso não é possível saber exa-
tamente o quanto o desgaste au-
mentou nos últimos meses.

Segmentação. A desaprovação
à administração federal é mais
concentrada entre as mulheres,
os jovens e os mais pobres.
A divisão do eleitorado por gê-
nero revela uma grande dispari-

dade na percepção sobre o de-
sempenho do governo. Enquan-
to 47% do eleitorado feminino
vê o governo como péssimo, a
taxa é de apenas 31% entre os
homens. Somadas as avaliações
“péssima” e “ruim”, o resultado
chega a 56% entre mulheres e
38% entre os homens – diferen-
ça de 18 pontos porcentuais.
Na segmentação por idade, a
gestão é considerada péssima
ou ruim por 55% dos eleitores
de 16 a 24 anos, e por 39% dos
que têm 55 anos ou mais. Em
nenhuma faixa de idade a avalia-
ção positiva supera a negativa.

Renda. Na base da pirâmide
de renda, a maioria absoluta
avalia o governo negativamen-
te. Entre os eleitores que têm
renda familiar de até um salário
mínimo, 56% consideram a ges-
tão péssima ou ruim, e apenas
15% a veem como boa ou ótima.
Até no eleitorado de renda
mais alta, um reduto bolsona-
rista, a avaliação negativa supe-
ra a positiva – embora a distân-
cia entre as taxas seja menor.
Dos que ganham mais de cinco
salários mínimos, universo em
que se encontram dois em cada
dez moradores da cidade –,
32% consideram o governo
bom ou ótimo, e 39% o veem
como ruim ou péssimo.

Governos locais. A desaprova-
ção ao governador João Doria
está em nível similar à de Bolso-
naro na capital (44%, em empa-
te técnico com os 48% do gover-
no federal). A diferença é que,
no caso do governador, as opi-
niões não estão tão concentra-
das no quesito “péssimo”
(29%), embora essa avaliação
ainda fique à frente da opção
“ruim” (17%).
A avaliação negativa de Do-
ria é maior entre os mais esco-
larizados, abrangendo quase
metade do contingente com
curso superior. Não há diferen-
ças significativas de opinião
nos distintos segmentos de gê-
nero, idade e renda.
Já a gestão do prefeito Bru-
no Covas é considerada boa ou
ótima por 20%, regular por
45% e ruim ou péssima por
32%. Não há variações signifi-
cativas conforme a segmenta-
ção do eleitorado.
O Ibope ouviu 1.001 eleito-
res de 16 anos ou mais entre os
dias 17 e 19 de março. O nível de
confiança utilizado é de 95% –
ou seja, há 95% de chances de os
resultados ficarem dentro da
margem de erro, que é de três
pontos porcentuais para mais
ou para menos. O levantamen-
to foi contratado pela Associa-
ção Comercial de São Paulo.

Em plena pandemia do novo co-
ronavírus, a maior parte dos
paulistanos considera a saúde a
área mais problemática da cida-
de. Segundo a pesquisa Ibope
encomendada pela Associação

Comercial de São Paulo e publi-
cada em parceria com o Esta-
do , 47% citam o setor como
aquele em que a população en-
frenta os maiores problemas.
Em um distante segundo lu-
gar aparece o transporte coleti-
vo (14%). Empatadas tecnica-
mente, a segurança pública e a
educação vêm a seguir, com 9%
e 7%, respectivamente.
Os entrevistados pelo Ibope
puderam escolher as áreas mais
problemáticas em uma lista de

20 itens. Considerando não ape-
nas o primeiro item escolhido,
mas também o segundo e o ter-
ceiro, a saúde novamente fica
em primeiro lugar, aparecendo
em 75% das respostas. Nesse ca-
so, porém, a educação (44%) e a
segurança (38%) ultrapassam o
item transporte coletivo (33%).
Dados da pesquisa sobre as
preferências eleitorais dos pau-
listanos, divulgados no domin-
go, animaram alguns pré-candi-
datos. “Não é o momento de dis-
cutir eleição, mas a pesquisa
consolida o nome de Bruno Co-
vas e deixa claro que não há um
plano B para o PSDB”, disse o
secretário da Civil da Prefeitu-
ra, Orlando Faria, um dos mais

próximos auxiliares do prefeito
tucano, que registrou 18% das
intenções de voto, atrás apenas
do deputado Celso Russoman-
no (Republicanos), com 24%.
Procurado, Russomanno não se
manifestou.
Com 9% das intenções de vo-
to, o ex-governador Márcio
França (PSB) previu uma polari-
zação. “São Paulo é tão forte
que cria uma polarização em re-
lação ao Brasil”, afirmou.
Já Guilherme Boulos, do
PSOL, que recebeu 6% das in-
tenções de voto, disse: “Não é o
momento de pensar em eleição,
mas ser o nome mais bem posi-
cionado na esquerda é gratifi-
cante”, / D.B. e PEDRO VENCESLAU

Rodrigo Agostinho

Saúde é o maior problema


da capital, dizem eleitores


PRONTO, FALEI!

Em meio à crise do novo
coronavírus, setor é o
mais citado: 47%; em
segundo lugar vem o
transporte coletivo (14%)

“Em meio à tanta miopia e distanciamento da reali-
dade, Mandetta é a voz da lucidez no combate à pan-
demia. Reforça a importância do preparo técnico”

Deputado federal (PSB-SP)

»CLICK. O Bandeirantes
montou sua sala de situa-
ção e videoconferência.
Nesta semana, os 645
municípios de SP partici-
parão de reuniões com o
secretário Marco Vinholi.

COLUNA DO ESTADÃO

●Foram realizadas 1.001 entrevistas entre os dias 17 e 19 de março

A OPINIÃO DOS PAULISTANOS, SEGUNDO O IBOPE

Avaliação Temas
Em que área população de São Paulo está enfrentando os maiores
problemas?

EM PORCENTAGEM

Saúde

Transporte coletivo
Segurança pública
Educação
Geração de empregos
Calçamento de ruas e avenidas
Trânsito

Corrupção
Rede de esgotos
Assistência Social
Limpeza pública
Habitação
Meio ambiente

Impostos e taxas
Iluminação pública
Abastecimento de água
Administração pública
Opções de lazer

Nenhuma destas
Não sabe/não respondeu

47
14
9 7 4 3 3 3 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0

EM PORCENTAGEM

Como classifica a
administração do
governador João
Doria?

Ótima

Boa
Regular
Ruim
Péssima
Não sabe/ Não
respondeu

3
14
37

15
29
2

Como classifica a
administração do
presidente Jair
Bolsonaro?

9
16
26

8
40
1

Como classifica a administração do prefeito Bruno Covas?

Ótima
Boa

Regular
Ruim
Péssima
Não sabe/
Não
respondeu

3
17
45

12
20
3

DESAPROVA
54%

APROVA
38%

NÃO SABE/
NÃO RESPONDEU

9%

Como os paulistanos veem as administrações federal,
estadual e municipal

OBS.: MARGEM DE ERRO 3 PONTOS PERCENTUAIS PARA MAIS OU PARA MENOS; NÍVEL DE CONFIANÇA: 95%; REGISTRO ELEITORAL: SP-04052/
FONTE: IBOPE/ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO/‘ESTADO’ INFOGRÁFICO/ESTADÃO
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