O Estado de São Paulo (2020-05-21)

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O ESTADO DE S. PAULO QUINTA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2020 NotaseInformações A


E


m meio à pior crise de saúde públi-
ca desde que a Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) foi fundada,
em 1948, seus membros aprova-
ram, na sua 73.ª Assembleia-Ge-
ral, uma resolução para o acesso
equitativo à distribuição das tecnologias e insu-
mos para combater o vírus, além de uma investi-
gação independente sobre o desempenho da
própria OMS. “A covid-19”, disse o diretor-geral
Tedros Adhanom, “nos lembra de que, apesar
de todas as nossas diferenças, somos uma só ra-
ça humana, e somos mais fortes juntos.” Mas,
apesar das palavras elevadas, a Assembleia ser-
viu mais para lembrar das fraturas que a politiza-
ção da pandemia está provocando nacional e in-
ternacionalmente.
No dia de inauguração da Assembleia, o presi-
dente dos EUA, Donald Trump, revelou que es-
tava tomando hidroxicloroquina preventiva-
mente. No Brasil, dois ministros da Saúde fo-
ram rifados em menos de um mês pelo presi-
dente Jair Bolsonaro por se recusarem a reco-
mendar o uso indiscriminado da cloroquina.
Agora, o ministro interino, o general Eduardo
Pazuello, acaba de aprovar o uso da droga para


todos os pacientes desde os primeiros sintomas
da doença. Pazuello também nomeou vários as-
sessores – todos militares, ninguém ligado à
área da Saúde.
Embora não definitivos, os estudos sobre a
cloroquina se mostraram frus-
trantes. Tudo indica que ela não
só não tem efeitos sobre a co-
vid-19, como aumenta os riscos
de danos colaterais ao coração,
ao fígado, ao rim e à medula. As-
sim como Trump contraria as
orientações das autoridades
médicas americanas, Bolsonaro
se choca contra os especialistas
das associações médicas e do Mi-
nistério da Saúde. As sociedades
brasileiras de infectologia e de
pneumologia, juntamente com a
Associação de Medicina Intensi-
va, assinaram um documento desautorizando o
uso da cloroquina como tratamento de rotina.
Ontem, a própria OMS alertou para os danos
colaterais da droga.
No plano internacional, a Assembleia da OMS
começou sob a ameaça de Trump de cortar defi-

nitivamente o financiamento americano – atual-
mente suspenso. Em carta ao diretor-geral,
Trump disse que a OMS mostrou “alarmante fal-
ta de independência” em relação a Pequim e se
recusou a compartilhar “informações críticas”
por “razões políticas”. Os EUA
também repudiaram uma resolu-
ção da OMS apoiando os direitos
dos países pobres de ignorar pa-
tentes para acessar vacinas e tra-
tamentos para a covid-19.
Com 72 anos, a OMS certamen-
te precisa de reformas. Apenas
15% dos seus recursos são dedica-
dos a prevenir epidemias, e sua
conduta na crise está aberta a
críticas. As alegações de que ela
demorou a declarar a pandemia
têm fundamentos, e, enquanto a
China omitia informações e inti-
midava e punia médicos que denunciaram o no-
vo vírus, o diretor-geral elogiava o país por “esta-
belecer um novo padrão no controle de surtos”.
A China tem muito a esclarecer, e membros da
comunidade internacional – como União Euro-
peia, Austrália, Reino Unido e Japão – têm se

pronunciado vigorosamente nesse sentido. Mas
as acusações de Trump de que a OMS é “uma
marionete da China” é puro nonsense. Com efei-
to, enquanto a contribuição da China em 2019
foi de US$ 86 milhões, a dos EUA foi de US$ 893
milhões, e boa parte dos técnicos da Organiza-
ção é de servidores públicos americanos.
O fato é que a tensão crescente a que Trump
está submetendo as relações bilaterais com a
China – seja na esfera comercial, tecnológica ou
militar – tem claro propósito eleitoral. Mas seu
assalto à OMS não só deve enfraquecer a lide-
rança global dos EUA, como acabará abrindo es-
paço para a narrativa triunfalista da China. Pior:
ele ameaça minar e confundir a resposta global
à pandemia, justamente no momento em que a
coordenação internacional se mostra vital para
encontrar tratamentos e vacinas. A OMS pode e
deve passar por uma reestruturação, e a investi-
gação aprovada na Assembleia será capital para
isso. Mas no momento é a única organização glo-
bal de saúde de que o mundo dispõe. O volunta-
rismo eleitoreiro de Trump e Bolsonaro é o
exemplo mais crasso de ruptura entre a política
e a ciência, precisamente no momento em que
o mundo mais precisa delas.

N


enhum golpe de
gênio impedirá
um desastre eco-
nômico neste
ano, mas os da-
nos poderiam
ser menores com um pouco
mais de eficiência no desenho
e na execução das políticas –
por exemplo, no fornecimen-
to de crédito a pequenas em-
presas. Com menor fôlego fi-
nanceiro, são as menos capa-
zes de sobreviver a uma crise
severa, mas são também a
maior fonte de empregos e
compõem a maior parte da ati-
vidade econômica. Hoje essas
empresas precisam de crédito
como os doentes mais graves
precisam de oxigênio. No en-
tanto, os pequenos negócios
têm enorme dificuldade para
obter financiamento, como re-
lata o Sebrae, o Serviço Brasi-
leiro de Apoio às Micro e Pe-
quenas Empresas. Segundo in-
forme recém-distribuído, 86%
das pequenas firmas em busca
de financiamento ou tiveram
seus pedidos negados ou ain-
da esperavam resposta no co-
meço de maio. A história co-
bre todo o período desde o iní-
cio do distanciamento social.
Boas intenções têm sido in-
suficientes para produzir resul-
tados em várias ações anticri-
se iniciadas pelo governo. Nas
políticas de crédito, assim co-
mo na distribuição de ajuda a
trabalhadores informais e de
baixa renda, a realidade tem fi-
cado muito além da imagina-
ção da equipe econômica. Há
um abismo entre seus progra-
mas bem comportados e as
condições efetivas de uma
grande e variada população, es-
palhada num território conti-


nental e caracterizada por am-
plas desigualdades. Com me-
nos burocracia, mais atenção
aos objetivos e mais espírito
prático, a equipe de governo
dos EUA tem conseguido che-
gar mais facilmente a quem ne-
cessita de auxílio, apesar da di-
mensão dos programas, já su-
periores a US$ 2 trilhões.
Não se trata, no caso do
crédito procurado por peque-
nos empreendedores, de mais
uma queixa publicada por
uma entidade do setor priva-
do. Se fosse, mereceria aten-
ção e muito interesse. Mas o
Sebrae tem características es-
peciais. Criado em 1972 como
ferramenta oficial para apoiar

o empreendedorismo, funcio-
na desde 1990 como órgão so-
cial sem fim lucrativo. Mas
opera em parceria com o go-
verno e em seu conselho deli-
berativo há representantes do
setor privado e do setor públi-
co. Entre esses há alguns desig-
nados por bancos oficiais.
Três pesquisas foram reali-
zadas – em março, no começo
de abril e no começo de maio.
Na terceira, conduzida de 30
de abril a 5 de maio, 59% dos
consultados disseram precisar
de crédito para operar sem de-
missões e 38% informaram ha-
ver pedido empréstimo. Ape-
nas 14% haviam conseguido fi-
nanciamento, 28% esperavam
resposta e 58% haviam recebi-
do resposta negativa. As taxas
de sucesso foram de 31% nas

cooperativas de crédito, 12%
nos bancos privados e 9% nos
bancos públicos. No terceiro
levantamento, 89% informa-
ram ter perdido receita. A per-
da média havia sido de 60%
em relação ao período ante-
rior às políticas de isolamento.
Os problemas encontrados
pelas empresas pequenas – e
também por muitas médias –
prenunciam, além dos efeitos
de curto prazo, maiores dificul-
dades para a reativação da eco-
nomia. Companhias sobrevi-
ventes serão contaminadas pe-
los calotes e pela redução adi-
cional da demanda, resultante
da maior desocupação. Na ho-
ra da reativação haverá muita
mão de obra disponível, mas o
número de empresas em con-
dições de retomar os negócios
terá sido desfalcado.
Ampla capacidade ociosa é
um ativo precioso nas fases
de recuperação, porque permi-
te retomar o crescimento
sem a necessidade de investir
em capacidade produtiva.
Não há capacidade ociosa em
empresas falidas.
Segundo o presidente do Se-
brae, Carlos Melles, as dificul-
dades de acesso ao crédito po-
dem estar associadas a vários
fatores, como juros altos, ex-
cesso de burocracia e falta de
garantias para as operações. A
busca de soluções inclui a mo-
bilização de recursos para um
fundo de aval. Já se têm obti-
do resultados, acrescentou.
Mas a perda de tempo e o agra-
vamento dos problemas com-
provam, mais uma vez, a dis-
tância entre os gabinetes mi-
nisteriais e o Brasil real. Essa
distância obviamente aumen-
tou no atual governo.

N


em uma emer-
gência sanitária
sem preceden-
tes neste século
foi capaz de de-
ter a sanha dos
destruidores da Amazônia.
Em abril, o som das motosser-
ras e do crepitar das folhas se-
cas soou muito mais alto na re-
gião, como há uma década não
se ouvia nesta época do ano.
Se múltiplas atividades para-
ram em decorrência da pande-
mia de covid-19, o desmata-
mento ilegal da floresta pare-
ce seguir o seu curso completa-
mente alheio aos profundos
impactos causados pela doen-
ça no Brasil e no mundo. Um
triste fato que ilustra bem o
comportamento irresponsável
e leniente do presidente Jair
Bolsonaro, que tanto desde-
nha da gravidade da pandemia


  • “o Brasil não pode parar” –
    como faz pouco-caso das preo-
    cupações globais com a preser-
    vação do meio ambiente.
    De acordo com os dados do
    Sistema de Alerta de Desmata-
    mento (SAD) do Instituto do
    Homem e Meio Ambiente da
    Amazônia (Imazon), organiza-
    ção de interesse social voltada
    para a pesquisa para o desen-
    volvimento sustentável da Re-
    gião Amazônica, 529 km^2 de
    floresta foram desmatados no
    mês passado. Para dar ao lei-
    tor a dimensão deste crime
    ambiental, a área desmatada
    em apenas 30 dias é maior do
    que a ocupada pela cidade de
    Porto Alegre (496,8 km^2 ) e cor-
    responde a um terço da cida-
    de de São Paulo (1.521 km^2 ). O
    total de área verde destruída
    no mês passado representa
    um salto de 171% em relação a


abril de 2019. Tem-se aqui um
retrato bem-acabado do pro-
fundo desprezo que o governo
do presidente Jair Bolsonaro,
incluindo seu ministro do
Meio Ambiente, Ricardo Sal-
les, nutre pela chamada ques-
tão ambiental.
No início deste mês, o presi-
dente Bolsonaro assinou um
decreto de Garantia da Lei e
da Ordem (GLO), com vigên-
cia de 11 de maio a 10 de ju-
nho, que, na prática, submete
o trabalho de combate ao des-
matamento ilegal realizado pe-
lo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente (Ibama) e pelo Insti-
tuto Chico Mendes (ICMBio)
na Amazônia ao controle do

Ministério da Defesa, e não ao
do Meio Ambiente. Por força
do decreto, toda a estratégia
de combate ao desmatamento
ilegal na Amazônia e as abor-
dagens de campo deverão ser
previamente autorizadas pelo
Exército. Se a ideia é reforçar
o combate aos crimes ambien-
tais dando mais poder para os
comandos militares da região,
o tempo irá dizer, quando vie-
rem a público os novos relató-
rios do SAD. O fato é que o es-
vaziamento de órgãos histori-
camente ligados à proteção
ambiental, como o Ibama e o
ICMBio, não é alvissareiro.
Noutras palavras: tivesse ge-
nuína preocupação com a pre-
servação ambiental, o presi-
dente Jair Bolsonaro teria re-
forçado o papel desses órgãos

de fiscalização, e não recorri-
do aos militares, como quase
sempre faz quando se vê dian-
te de um problema.
Além do dano ambiental di-
vulgado pelo Imazon, gravíssi-
mo por si só, o desmatamento
recorde na Amazônia lança
luz sobre o enorme risco sani-
tário a que estão expostas as
comunidades indígenas da re-
gião em meio à pandemia de
covid-19. A Região Norte tem
sido duramente castigada pela
doença. A população indíge-
na, notadamente os ianomâ-
mis, que já têm cerca de 20 ca-
sos de infecção pelo novo co-
ronavírus registrados em seu
Distrito Sanitário Especial In-
dígena (Dsei), é uma das mais
vulneráveis.
A devastação ambiental di-
vulgada pelo Imazon se soma
à absoluta incompetência e in-
sensibilidade do presidente
Jair Bolsonaro para lidar com
a pandemia de covid-19 no pro-
cesso de desmoralização do
Brasil no terreno das relações
internacionais. Cada vez mais,
ouvir a voz do País importa ca-
da vez menos no trato de ques-
tões mundiais relevantes gra-
ças ao diligente trabalho em-
preendido por Bolsonaro, Sal-
les e pelo ministro das Rela-
ções Exteriores, Ernesto Araú-
jo, para desconstruir a ima-
gem brasileira no campo da di-
plomacia e da proteção do bio-
ma. Com esta trinca, o Brasil
caminha a passos largos para
se tornar menos do que um pá-
ria internacional, mas uma na-
ção absolutamente irrelevante
numa miríade de temas caros
à chamada comunidade inter-
nacional, uma inglória e inédi-
ta posição na história do País.

Políticas doentias


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Brasil caminha a passos
largos para se tornar
menos do que um pária
internacional

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Notas & Informações


Empresas fora do radar oficial


Longe do dia a dia,
governo falha no
socorro de crédito a
pequenas empresas

Crime ambiental


l OMS
Sem fronteiras

Muito oportuno e esclarecedor,
o editorial Um país doente (19/5,
A3) deixa claro o papel da Orga-
nização Mundial da Saúde
(OMS) ao longo da História e,
em especial, a forma como vem
tratando a pandemia do corona-
vírus. A participação do Brasil
foi fundamental tanto na sua
criação como no desenvolvi-
mento e na expansão de suas
atividades. O médico sanitaris-
ta brasileiro Geraldo Paula Sou-
za teve papel destacado na cria-
ção da organização, em 1948.
Coube a outro médico sanitaris-
ta brasileiro, Marcolino Gomes
Candau, meu pai, dar continui-
dade à sua obra, ao assumir a
direção desse órgão em 1953.
Reeleito três vezes para o cargo
de diretor-geral, Candau foi o
único a ocupar o cargo por tão
longo período, tendo sido o res-
ponsável pela universalização
do atendimento, ao conseguir
que praticamente todos os paí-
ses do mundo passassem a inte-
grar a OMS. Nos seus 72 anos
de existência, a OMS sempre se
destacou pela seriedade, inde-
pendência e objetividade de


suas ações, sempre baseadas no
conhecimento científico e no
tratamento igual a todos os paí-
ses-membros, dentro do princí-
pio de que doenças não conhe-
cem fronteiras. As recentes e
injustas críticas à OMS aten-
dem mais a interesses políticos
de dirigentes que erraram ao
menosprezar a importância da
atual pandemia do que à realida-
de dos fatos.
MARCOS CANDAU
[email protected]
SÃO PAULO

l Pandemia
Mera coincidência?
Em 15 de abril o Exército Brasi-
leiro anunciou a produção de
1,25 milhão de comprimidos de
cloroquina, com previsão de
produzir mais 1,75 milhão. Para
isso os laboratórios do Exército
receberam parte da verba ex-
traordinária para o combate do
coronavírus, no valor de R$ 231
milhões. Será coincidência a
pressão do Planalto – trocando
ministros da Saúde até achar
um que não fosse médico – pa-
ra recomendar o uso irrestrito
da cloroquina? Que se conside-
re o fato de que a Anvisa e o

Conselho Federal de Medicina
já haviam liberado o uso da dro-
ga desde que prescrita por médi-
co e com a anuência do pacien-
te. Serão coincidência a emis-
são da MP 966, que isenta agen-
tes públicos de responsabiliza-
ção por eventual malversação
de recursos durante a pande-
mia, e o empenho do presiden-
te em comprar o Centrão para
aprovar essa medida quando
for apreciada pelo Congresso?
Afinal, o que está havendo?
JOSÉ ROBERTO MONTEIRO
[email protected]
SÃO PAULO

Maniqueísmo forçado
Segundo aforismo do presiden-
te Jair Bolsonaro, quem é de
direita toma cloroquina e quem
é de esquerda, tubaína. Acres-
cento: e quem é de centro res-
peita a medicina, não cai em
antagonismo inexistente.
LUIZ ROBERTO DA COSTA JR.
[email protected]
CAMPINAS

Um poeta!
O presidente Bolsonaro revelou
sua veia poética, conseguiu ri-
mar cloroquina com tubaína...

LAÉRCIO ZANINI
[email protected]
GARÇA

Trágico capricho
Já perdemos 19 mil brasileiros
para a covid-19. Enquanto isso,
o presidente brinca de médico.
Não merecemos essa tragédia,
fruto de um irresponsável e
trágico capricho.
HONYLDO ROBERTO PEREIRA PINTO
[email protected]
RIBEIRÃO PRETO

Futuro titular da Saúde
O nome indemissível do cargo
de ministro da Saúde só precisa
ter três atributos: ser evangéli-
co, dono de laboratório fabri-
cante de hidroxicloroquina e
obsessivamente obediente aos
ensinamentos do Messias de
plantão. Pronto! Com uma só
cajadada se matam vários coe-
lhos: faz a alegria da imensa ba-
se de apoio das forças divinas,
agrada ao empresariado, por-
que com a farta disponibiliza-
ção da cloroquina só se infecta
quem quiser, acaba a quarente-
na e assim todas as empresas
poderão escancarar as portas,
as multidões invadirão alegre-

mente ruas, shoppings, acade-
mias. Melhor ainda, humilhará
governadores, prefeitos e as co-
munidades médicas e científi-
cas que tiveram a audácia de
defender o execrável isolamen-
to social. E daí se essa cajadada
matar alguns milhões de seres
humanos? PS: alguém aí tem
pra vender um EPI-CS (Equipa-
mento de Proteção Individual
Contra Sandices)? Pago bem.
PAULO ISAMU UEHARA
[email protected]
SÃO PAULO

Guerra é guerra
Agora Bolsonaro já admite não
haver comprovação científica
de eficácia da cloroquina contra
a covid-19. Demorou!
CLÁUDIO MOSCHELLA
[email protected]
SÃO PAULO

l Em São Paulo
Feriadão
Qual é a lógica desse feriadão
de até seis dias para evitar con-
tágio da covid-19 em São Paulo?
Muitos saíram logo correndo
para as praias, entrando na cor-
rente de contágio, e depois vol-
tarão para casa doentes, deixan-

do um rastro de infecções onde
não havia. Moro em Maresias e
já na terça-feira 19/5 chegou a
enxurrada. Os srs. Bruno Covas
e João Doria terão sonhado
com essa solução flibusteira?
FILIPPO PARDINI
[email protected]
SÃO SEBASTIÃO

Tentativa e erro
Nosso governador e nosso pre-
feito me lembram a série Perdi-
dos no Espaço.
JOSE RUBENS DE MACEDO SOARES
[email protected]
SÃO PAULO

Resistência cultural
Nossa realidade é complicada.
Na tentativa de conter o corona-
vírus foram antecipados feria-
dos, mas o brasileiro, com sua
“criatividade”, não pensou duas
vezes e, indiferente à situação,
pegou a estrada e foi viajar. As-
sim, além de o feriadão não con-
tribuir para maior índice de iso-
lamento, ainda aumentou o ris-
co de mortes, agora por aciden-
tes nas rodovias.
LAERT PINTO BARBOSA
[email protected]
SÃO PAULO
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