O Estado de São Paulo (2020-06-02)

(Antfer) #1

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 2 DE JUNHO DE 2020 Metrópole A


GONZALO


VECINA


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País beira 30


mil mortes e


OMS diz que


não é o pico


Ontem, houve mais 623 mortes relatadas e


Brasil só fica atrás dos EUA em infecções


Crivella prevê


reabertura em 6


etapas até agosto


É


o momento de flexibilizar o
isolamento? Com certeza
não! Mas é importante discu-
tir o assunto. A sociedade precisa
entender o momento e se preparar
para o que serão as tarefas a serem
cumpridas na próxima etapa de en-
frentamento da pandemia. Existe
um clima de exaustão e de angústia
com a incerteza em relação ao futu-
ro. Por isso é terapêutico tentar
compor um cenário de futuro.
Não é o momento, mas é possível
flexibilizar as medidas para conter a
epidemia. Mas existem tarefas que
terão de ser realizadas pelo Estado e

seus governantes, pelas empresas e pe-
los cidadãos. Primeiro, as condições
pelas quais serão responsáveis o Esta-
do e os governantes. Para flexibilizar
existem três regras de ouro:
1) Casos novos devem estar em que-
da por 14 dias consecutivos – este é o
sinal inequívoco de que se está conse-
guindo reduzir a ameaça de novas mor-
tes e de pressão sobre o aparato da saú-
de. Para que essa queda ocorra, muitas
condições devem estar presentes, mas
realço a questão de testar sintomáti-
cos e seus contactantes para promover
seu isolamento e diminuir a chance de
ocorrência de casos. Também a aten-

ção primária à saúde deve estar operan-
do adequadamente e atendendo pa-
cientes de doenças crônicas e casos
suspeitos de covid-19. Para isso profis-
sionais que aí atuam devem estar com
suprimento adequado de equipamen-
tos de proteção individual. Também é
importante que exista adequada comu-
nicação com a sociedade acerca de to-
dos os dados sobre a epidemia.
2) Manter a taxa de isolamento so-
cial, medida pelas antenas de celula-
res, acima de 55%. A flexibilização não
significa liberar a movimentação, mas
permitir alguma atividade e com grada-

ções escalonadas que governos deve-
rão propor. Vários Estados brasileiros
estão com seus conjuntos de protoco-
los e também vários países europeus
têm propostas que podem ser consul-

tadas. Interessa que seja um conjunto
coerente de propostas.
3) Manter a taxa de ocupação dos
leitos de UTI abaixo de 60%, para man-
ter a capacidade de atendimento do se-
tor saúde aos casos mais graves.
Às empresas caberá auxiliar seus tra-
balhadores no controle da ocorrência
de novos casos. O ambiente deverá ser
higienizado, limpo e deverão ser ins-
tauradas medidas de controle da tem-
peratura dos trabalhadores, uso de
máscaras e distanciamento social,
bem como condição para a adequada
higienização das mãos. Medidas inteli-
gentes e não mágicas, como túneis de
desinfecção e uso abusivo de lâmpadas
de ultravioleta. Essas são medidas a
ser evitadas, pois transmitem uma fal-
sa ideia de segurança e podem ser dano-
sas à saúde. Nos estabelecimentos co-
merciais será importante observar re-
gras de distanciamento social. Impor-
tante que trabalhadores e clientes se
sintam parte dessa solução para parti-
ciparem ativamente dela.

Aos cidadãos caberá manter a pró-
pria higiene e distanciamento so-
cial. Cuidado em seus deslocamen-
tos necessários, proteção dos ido-
sos e dos portadores de comorbida-
des, uso de máscaras, busca de infor-
mações sobre a epidemia e evitar
consumir e disseminar fake news.
Ao Estado também caberá criar as
condições para que a população
mais desprotegida das periferias te-
nha condições de ter acesso à ali-
mentação e às condições de higiene
adequadas, particularmente acesso
à água. A mobilidade social das re-
giões mais deprimidas decorre da
busca por alimento, por isso o Esta-
do deve criar colchões de proteção
social para essa população.
Informação correta e transparên-
cia são dois fatores críticos para que
todos se orientem para atravessar
este momento de transe coletivo.

]
É MÉDICO SANITARISTA

O Brasil registrou ontem
mais 623 mortes por covid-
e o total foi para 29.937 no
País. Em números absolutos
de casos, o Brasil é o segundo
país no mundo com o maior
número de contaminações.
Está atrás apenas dos Esta-
dos Unidos, que têm 1,8 mi-
lhão, de acordo com dados da
Universidade Johns
Hopkins. A Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) alertou


ontem, porém, que o País e a
América Latina ainda não al-
cançaram o pico.
O balanço mais recente do
Ministério da Saúde aponta o
total de 526.447 diagnósticos
da doença em todo o território
nacional, sendo 12.247 novos ca-
sos confirmados em 24 horas.
Há, ainda, 4.412 pessoas com
sintomas relacionados ao coro-
navírus sob investigação, de
acordo com a pasta. Do total de

óbitos confirmados, somente
220 ocorreram nos últimos
três dias.
O Estado de São Paulo ainda
lidera em número de casos e
óbitos, com 111.296 diagnósti-
cos e 7.667 mortes. Desde on-
tem, prefeitos podem começar
a implementar o Plano São Pau-
lo, anunciado pela gestão João
Doria (PSDB). Pelo plano, o Es-
tado foi dividido em regiões e
em fases, que vão de 1 a 5, e po-
dem começar a implementar
medidas de flexibilização e rea-
bertura gradual das atividades
econômicas a partir da classifi-
cação na fase 2. De acordo com
o governo, 90% da população
do Estado ainda está entre as
fases 1 (restrição total, somen-
te com funcionamento de servi-
ços essenciais) e 2 (reabertura
com restrições).
Na sequência em maior nú-
mero de casos no País, o Rio
tem 54.530 casos e 5.462 óbitos


  • e também inicia flexibilização
    (mais informações nesta página).
    No Ceará, que também iniciou
    um processo de liberação on-
    tem, são 50.530 infecções e
    3.188 mortes. Os números che-
    gam no momento em que ou-
    tros Estados começam a discu-
    tir as medidas de flexibilização
    do isolamento social e reabertu-
    ra de setores da economia.
    A OMS informou estar aten-


ta à situação da pandemia no
Brasil e em outros países da
América, como destacou o dire-
tor do programa de emergên-
cias da entidade, Michael Ryan.
“Não acredito que tenhamos
atingido o pico, e não posso pre-
ver quando ocorrerá, mas preci-
samos mostrar solidariedade
aos países das Américas Cen-
tral e do Sul, da mesma forma
que fizemos com países de ou-
tras regiões. Estamos juntos e
ninguém fica para trás. Se olhar-
mos os diferentes hemisférios,
cinco dos dez países com maior
número de casos nas últimas 24
horas estão nas Américas: Bra-
sil, EUA, Peru, Chile e México.
É uma área bastante ampla. E
os países com maior aumento
são Brasil, Colômbia, Peru,
México, Haiti e Argentina.”
Para Ryan, os países vão pre-
cisar “trabalhar muito duro” pa-

ra conter a escalada da infec-
ção. Há diferenças entre a situa-
ção dos países nas Américas.
No Peru, que já registra 170 mil
infectados, a taxa de mortes
por 100 mil habitantes é de 14,1,
ante 32,3 nos Estados Unidos.
No México, o índice é de 7,7. Já
na Argentina, com 16,8 mil in-
fecções e 539 mortes, a taxa es-
tá em 1,2.

Hidroxicloroquina. A OMS
anunciou ainda que deve divul-
gar a conclusão de seus estudos
sobre a segurança da hidroxiclo-
roquina no combate ao novo co-
ronavírus. O ensaio clínico com
o medicamento no projeto Soli-
dariedade (Solidarity) está sus-
penso desde 25 de maio, quan-
do a entidade se sustentou em
uma pesquisa externa, publica-
da na revista científica The Lan-
cet, que alertou para os maiores
riscos de morte em pacientes
que utilizaram a droga.
De acordo com a cientista-
chefe da OMS, Soumya Swami-
nathan, as novas diretrizes so-
bre a hidroxicloroquina se ba-
searão nos dados da própria or-
ganização. A atualização levará
em consideração as respostas
ao medicamento observadas
em pacientes do ensaio clínico.
No Brasil, a iniciativa é coorde-
nada pela Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz).

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


Marcio Dolzan / RIO

O prefeito do Rio, Marcelo Cri-
vella (Republicanos), anun-
ciou ontem que vai publicar
um decreto flexibilizando as re-
gras de isolamento social na ca-
pital fluminense, epicentro da
pandemia do novo coronaví-
rus no Estado. Dentre as medi-
das está a liberação dos calça-
dões da cidade para a prática
de exercícios.
Nas palavras do próprio Cri-
vella, a reabertura será “lenta,
gradual e com segurança”. A fle-
xibilização, segundo ele, está
amparada em decisão unânime
de seu gabinete científico, que
considerou que um afastamen-
to social prolongado “apresen-
ta um número maior de mortes
por outras doenças”.
O prefeito afirmou ainda
que a cidade, que até domingo
registrava 29.157 casos do novo
coronavírus, com 3.578 mor-
tes, não possui mais fila de es-
pera por leitos de UTI.
As restrições no Rio serão
abrandadas em seis fases, que
deverão durar duas semanas ca-
da. A primeira delas começará
hoje. Assim, uma reabertura to-
tal das atividades na cidade só
deverá ocorrer entre o fim de
julho e o início de agosto.
“As aulas poderão começar,
se o plano todo der certo, em
julho. Se todos os parâmetros
forem seguidos, em agosto vol-
tamos à vida normal, ao novo
normal, usando máscaras e
sem aglomerações”, disse Cri-
vella.
O decreto que passará a valer
hoje vai autorizar a prática de
exercícios em centros de trei-
namento – o que permitirá o
retorno das atividades para os
clubes de futebol –, nos calça-
dões e no mar, mas apenas para
atividades individuais. Ainda
não será permitido utilizar a fai-
xa de areia nas praias, bem co-
mo segue vedado o uso de pisci-
nas e de saunas.

Lojas. Como já havia indicado
na semana passada, Crivella
também autorizou a reabertu-
ra de concessionárias de veícu-
los e de lojas de móveis e deco-
ração. Bares e lanchonetes per-
manecem com as restrições, e
só podem continuar a traba-
lhar no sistema de entrega ou
retirada.
Cultos religiosos – que o pre-
feito havia liberado na semana
passada, mas foi contestado
em decisão judicial – também
poderão ser realizados, mas se-
guindo os protocolos de pre-
venção do coronavírus.

Estado, empresas e cidadãos
terão de realizar tarefas para
flexibilizar o isolamento

Os filhos, genro, nora, netos e bisnetos comunicam o falecimento
da querida

ZILIA GASPARIAN NAZARIAN
(06/05/1926 - 01/06/2020)

Faleceu em 1º de junho, nesta capi-
tal, o engenheiro Artur Henrique
Mausbach Filho. De 1989 a 2001,
foi diretor de Recursos Humanos
de O Estado de S. Paulo, respon-
dendo a Francisco Mesquita, imple-
mentando diversas inovações na
gestão de pessoas. Artur era casa-
do com Sônia Grisanti Mausbach.
Deixa dois filhos, Paulo Henrique e


Artur Grisanti Mausbach, e três ne-
tos, Pedro, Alexandre e Chloe.
Nicolo Camali – Dia 29, aos 95
anos. Deixa os filhos Liliana, Fabio,
Mariangela, parentes e amigos. A
cerimônia de cremação foi realiza-
da no Cemitério e Crematório Vila
Alpina.
Waldir Pripas – Aos 70 anos. Fi-
lho de Luiz Pripas e Tertze Raquel

Pripas. Era casado com Marli Kirs-
neris Pripas. Deixa os filhos Deni-
se Pripas Schinazi, Fernando Pri-
pas, parentes e amigos. O enterro
foi realizado no Cemitério Israeli-
ta do Butantã.
Jair Pereira de Araújo (Melão)


  • Dia 26, aos 55 anos. Era casado
    com Aline Igidia Pereira de Araújo.
    Deixa os filhos Valdenilson (In Me-


moriam), Vanete, Jonathan, Jhony,
Jair Jr., Rian, parentes e amigos. O
enterro foi realizado no Cemitério
Parque das Palmeiras.

MISSAS
Maria Alice Jarussi da Veiga –
Amanhã, às 18h30, na Igreja de
São Gabriel Arcanjo, na Av. São Ga-
briel, 108, Jardim Paulista (6 anos).

lPreocupação

Covas já recebeu proposta de liberações, mas fala em abertura com ‘tranquilidade’. Pág. A16 }


Regras de ouro


E-MAIL: [email protected]
ESCREVE QUINZENALMENTE

ADRIANO MACHADO/REUTERS

“Cinco dos dez países com
maior número de casos
nas últimas 24 horas estão
nas Américas: Brasil, EUA,
Peru, Chile e México. E os
países com maior aumento
são Brasil, Colômbia, Peru,
México, Haiti e Argentina.”
Michael Ryan
OMS

Protesto. Com roupas brancas e segurando balões vermelhos, grupo se reuniu em Brasília para lamentar os quase 30 mil mortos pelo coronavírus no País

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