Banco Central do Brasil
Valor Econômico/Nacional - Política
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - COAF
Alckmin vira réu por caixa 2,
corrupção e lavagem de dinheiro
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Autor: Maria Cristina Fernandes e André
Guilherme Vieira
A Justiça Eleitoral aceitou denúncia do
Ministério Público de São Paulo e o ex-
governador Geraldo Alckmin virou réu por caixa
2, corrupção e lavagem de dinheiro. Alckmin é
acusado de ter recebido R$ 11,3 milhões da
Odebrecht durante as campanhas eleitorais de
2010 e 2014, quando disputou o governo de
São Paulo.
De acordo com a denúncia, os repasses teriam
sido feitos à campanha por meio do cunhado do
ex-governador, Adhemar Ribeiro, e do ex-
tesoureiro da campanha, Marcos Monteiro. Em
nota, o advogado do tucano, José Eduardo
Alckmin, disse que o governador “nunca
recebeu valores a título de contribuição de
campanha eleitoral que não tenham sido
devidamente declarados nos termos da
legislação vigente”.
O juiz que aceitou a denúncia, Marco Antonio
Vargas, é titular de uma das ações, contra o
senador José Serra (PSDB-SP), suspensas pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias
Toffoli. O outro é o juiz Diego Moreira, da 6ª
Vara Federal.
Esta é a reação mais encorpada à ofensiva de
Toffoli contra a operação, mas não é a única. É
crescente na força-tarefa paulista a insatisfação
com o que procuradores e juízes entendem ser
uma tentativa de se tratar seus inquéritos como
se portadores dos mesmos excessos de
Curitiba.
O Ministério Público de São Paulo aposta no
plenário do Supremo para reverter a decisão do
ministro Dias Toffoli que suspendeu as
investigações sobre Serra na 6ª Vara Federal e
na Justiça Eleitoral até que o relator do caso, o
ministro Gilmar Mendes, se pronuncie.
Os processos envolvem supostos pagamentos
indevidos efetuados pela Odebrecht a Serra ao
longo do seu mandato como governador de São
Paulo (2006-2010) e supostas doações
eleitorais de 2014.
“Espera-se que a liminar seja levada com a
devida urgência a julgamento colegiado no
Supremo, em favor da resolução definitiva do
caso, e da retomada das investigações e da
ação, junto às autoridades que se mostrarem
competentes”, diz a nota dos procuradores da
Lava-Jato paulista.