O Dia (2020-09-17)

(Antfer) #1

DAYSE OLIVEIRA
(PSTU)


DEJORGE PATRÍCIO
(REPUBLICANOS)

DIMAS GADELHA
(PT)

ISAAC RICALDE
(PCDOB)

CAPITÃO NELSON
(AVANTE)

JOSÉ LUIZ NANCI
(CIDADANIA)

RICARDO PERICAR
(PSL)

ROBERTO SALES
(PSD)

Única mulher na corrida
eleitoral pela Prefeitura
de São Gonçalo, Dayse
Oliveira é professora e
historiadora. Militante
do movimento ‘Quilom-
bo Raça e Classe’ e do
‘Coletivo Reviravolta da
Educação’, ela é mestre
em História pela UFF
e professora da rede
pública estadual. Em
2014 e 2018, se candi-
datou ao governo do
estado. Nos anos de
2004 e 2012 se candi-
datou a prefeita de São
Gonçalo.


O empresário de 46
anos foi o vereador
mais votado de São
Gonçalo, em 2012. Viú-
vo, ele nasceu no bairro
Boaçu. Na última elei-
ção, disputou o segun-
do turno contra José
Luiz Nanci. Atuou como
assessor de projetos na
Cedae. No ano passa-
do, teve o nome citado
na delação premiada
do empresário Paulo
Roberto de Souza Cruz,
que atua na área de
iluminação pública no
Rio de Janeiro.

É médico e gestor
público. Foi secretário
Municipal de Saúde de
São Gonçalo nas duas úl-
timas administrações da
cidade, com o ex-prefeito
Neilton Mulim e o atual,
José Luiz Nanci. Em 2018,
tentou se eleger como
deputado federal pelo
DEM. Em 2017, Dimas foi
alvo de especulações
que davam conta de sua
exoneração do cargo
de secretário, o que foi
desmentido. Ele tenta
pela primeira vez a vaga
no Executivo.

Isaac Ricalde é o can-
didato a prefeito mais
novo em São Gonçalo.
Isaac tem 34 anos, é
servidor público, foi
dirigente estudantil,
presidiu a União da
Juventude Socialista e
simboliza o que aponta
ser uma necessária
renovação na política
local. A sua candida-
tura surgiu a partir da
união com o PSOL,
após o Professor Jose-
mar anunciar que não
iria concorrer ao paço
municipal.

Pela primeira vez, o
oficial da reserva da PM
irá brigar pelo Executi-
vo municipal. Capitão
Nelson ocupou o cargo
de vereador por 14 anos.
Na última eleição,
concorreu a deputado
estadual, alcançando
24 mil votos, que o co-
locaram como suplente
do deputado Marcos
Abraão. Ele está citado
no relatório da CPI das
Milícias, da Alerj, como
suspeito de chefiar um
grupo paramilitar em
São Gonçalo.

Com o slogan ‘Melhor
o certo do que o duvi-
doso’, Nanci vai tentar
a reeleição. Médico, ele
nasceu e mora até hoje
no bairro Zé Garoto. Foi
vereador de São Gonçalo
por cinco mandatos
seguidos. Como prefeito,
nomeou a própria esposa
para exercer cargo com
remuneração de R$ 12
mil. Foi condenado pelos
desembargadores da
8ª Turma do Tribunal
Regional Federal da
2ª Região (TRF2) por
“improbidade”.

Empresário da área
da Educação, Ricar-
do Pericar é o atual
vice prefeito de São
Gonçalo. Foi vereador
da cidade e exerceu
o mandato por três
vezes. Foi subsecretario
de Obras. Rompeu com
o atual prefeito, José
Luiz Nanci. Destacou-
se na cidade ao criar o
movimento ‘Fora Am-
pla’, que denunciava
os preços abusivos da
concessionária respon-
sável pelo fornecimen-
to de energia na cidade.

Roberto Sales é ex-
deputado federal. Ele
tem 42 anos, é admi-
nistrador de empresas
e corretor. Para brigar
pelo Executivo de São
Gonçalo, Sales recebeu
o apoio do deputado
federal Hugo Leal e do
deputado estadual
Felipe Poubel. Ele teve
o nome citado na lista
que apresentava os
dez deputados fede-
rais do Rio que mais
usavam a cota de verba
pública para a atividade
parlamentar.

RAIOS X


DE SG


WHATSAPP O DIA

Síria, por exemplo, a taxa nacional
de desemprego é de 30,6%. Já no
Haiti é de 34%.
Outro tema debatido pelo gon-
çalense é a iluminação pública,
que em março deste ano teve um
aumento de mais de 200% na taxa.
Enquanto isso, muitas ruas ainda
seguem às escuras na cidade.
Os problemas se acumulam
em diversas áreas. O ordena-
mento urbano será outro ponto
crítico para o próximo chefe do
Executivo municipal. Na educa-
ção, professores reclamam da
defasagem do salário, que está
abaixo do nível nacional. Em in-
fra-estrutura, a cidade é uma das
que mais sofre com enchentes.
Procurada, a prefeitura não se
pronunciou até o fechamento
desta edição.

pouco. Mas o problema vai além
de tijolos e concretos: faltam
equipamentos e profissionais
que precisam ser contratados.
O município, que tem mais de
um milhão de habitantes e é o
segundo maior colégio eleitoral
do Estado do Rio, conta apenas
com um hospital de emergência
administrado pela prefeitura, o
Pronto Socorro de São Gonçalo,
no bairro Zé Garoto.
A crise econômica também é um
fantasma que assombra São Gon-
çalo. A cidade tem a maior taxa de
desemprego entre jovens na Re-
gião Metropolitana do Rio. Ao todo
são 34,7% de pessoas, com idades
entre 15 e 29 anos, que estão fora
do mercado de trabalho. Em ter-
mos de comparação, vale destacar
que em regiões com guerra, como a

UMA CIDADE GRANDE


DE PROBLEMAS


São Gonçalo, cenário de desemprego, saúde precária e serviços falhos


E


m meio à crise sanitária,
por conta da pandemia
do novo coronavírus, um
dos primeiros desafios
de quem assumir a Prefeitura
de São Gonçalo no ano que vem
será a corrida para inaugurar a
policlínica do bairro Vila Três,
uma obra que começou na gestão
anterior e que ficou pronta há


População: 1.091.
habitantes (IBGE
2020)
Densidade
demográfica:
4.035,90 hab/km²
(IBGE)
Atividades
econômicas:
Comércio, serviços e
indústria
Eleitores: 686.
(TRE)

Bastou chover para as ruas alagarem no município

Agentes da Saúde acusam fraude em contratações

Critérios estabelecidos em edital para ranquear candidatos teria sido burlado e até funcionário do Ministério da Saúde entrou


ESTEFAN RADOVICZ

Profissionais da Saúde fizeram manifestação na porta da Alerj contra o que chamam de “perseguição”

deveria contar bons pontos
para mim. Mas tive a pontua-
ção zerada. É como se minha
experiência durante todos es-
ses anos não valesse nada”, diz
Rita de Cássia Resende.
Há 15 anos no setor de tra-
tamento de queimados do
Hospital do Andaraí, a en-
fermeira Renata Torrini tam-
bém teve pontuação zerada:
“Isso é uma falta de respeito.
Estamos sendo descartados
injustamente”.

Profissionais da Saúde de-
nunciam supostas fraudes em
processo seletivo do Ministé-
rio da Saúde para a contrata-
ção de até 4.117 profissionais
temporários, para atuar em
hospitais e institutos federais
do Rio. O Edital nº 14/2020,
publicado no Diário Oficial
da União em 31 de agosto,
estabelece critérios de pon-
tuação para ranquear os can-
didatos. Um deles é o tempo
de experiência. Porém, eles
denunciam que 70% dos pro-
fissionais que atuam nessas
unidades, alguns há mais de
20 anos, foram reprovados e
tiveram pontuação zerada,
em detrimento de outros com
pouco tempo de formação.
“É uma afronta às regras
do edital e configura fraude.
Acreditamos que isso tenha
acontecido por vingança, pois
os profissionais se mobiliza-
ram diante da demissão de
quase 600 pessoas nos hos-
pitais e institutos federais
do Rio, em maio, em plena
pandemia. A mobilização re-
sultou em liminar da Justi-
ça, que obrigou a realização
da seleção. Agora, parece que
estão substituindo todos que
lutaram por gente nova, sem
experiência. Quem perde é a
população”, denuncia a técni-
ca de enfermagem do Cardoso

Fontes, Christiane Gerardo,
que também é diretora do Sin-
dicato dos Trabalhadores em
Saúde, Trabalho e Previdência
Social do Rio (Sindsprev/RJ).
O edital pretende selecio-
nar profissionais para que seja
mantido o número de 4.
profissionais temporários em
atuação nos hospitais e insti-
tutos federais, cujos contratos
vencem em 30 de novembro.
Além da substituição dos que
já atuam nas unidades por

pessoas novas, os profissio-
nais denunciam que a lista de
aprovados, que foi divulgada
no domingo, traz nomes in-
completos, sem sobrenome e,
em outros casos, endereços de
e-mail onde deveria constar o
nome dos aprovados.
“Isso é um absurdo! O cer-
tame tem que ser anulado.
Trabalho desde 1997 como
enfermeira e instrumenta-
dora cirúrgica no Instituto
Nacional de Cardiologia. Isso

BERNARDO COSTA
[email protected]

Trabalho desde 1997 no Instituto Nacional
de Cardiologia. Isso deveria contar pontos
para mim. Mas tive a pontuação zerada
RITA DE CÁSSIA RESENDE, enfermeira

DANÇA DE NOMES

N (^) Os profissionais da rede fede-
ral apontam, ainda, uma outra
ilegalidade: o nome de Ademir
Lapa na lista de aprovados,
como médico em vaga desti-
nada a pessoa com deficiência.
Ademir Lapa é coordenador-
geral de gestão de pessoas do
Ministério da Saúde.
“Ele não é médico, é servidor
efetivo do ministério. Não de-
veria concorrer. Isso configura
crime de falsidade ideológica e
advocacia administrativa. Mais
um motivo para a anulação”, diz
Christiane Gerardo.
Questionado por e-mail por
O DIA, o Ministério da Saúde não
respondeu às perguntas sobre
as denúncias de fraude. Porém,
por telefone, a assessoria de im-
prensa da pasta admitiu que
houve erros na publicação da
lista de aprovados, e que uma
nova lista será divulgada ainda
esta semana, mas que o edital
não será cancelado.
Sobre o caso de Ademir Lapa,
a assessoria alegou, primeira-
mente, por telefone, que ele se
inscrevera só como teste do sis-
tema. Por e-mail, mais tarde,
confirmou que o nome de Lapa
seria retirado, mas voltou atrás e
disse que a lista não será revista.
O Sindsprev/RJ informou
que vai entrar na Justiça para
derrubar o certame. Já o Conse-
lho Regional de Medicina do Rio
(Cremerj) disse que solicitou ao
Ministério da Saúde, na terça-
feira, a revisão da lista e possíveis
correções. E que aguarda respos-
ta da pasta.
Profissionais exigem revisão de
lista, mas ministério nega
ANDERSON JUSTINO
[email protected]
4 RIO DE JANEIRO QUINTA-FEIRA, 17. 9. 2020 I O DIA

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