Dragões - 201609

(PepeLegal) #1
REVISTA DRAGÕES setembro 2016

Tema
de capa

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Já foi utilizado em duas zonas diferentes
do campo, na ala e no meio. Onde se sente
mais confortável?
Sempre fui médio de raiz jogando mais pelo
corredor central, mas no Brasil também
joguei nas alas. Para mim, sinceramente,
é indiferente o lugar no campo, eu quero é
jogar. O treinador Nuno Espírito Santo dá
muita liberdade aos extremos para fazerem
movimentos interiores para construir jogo,


que é o que eu gosto de fazer. Por isso não
tenho problema algum em jogar nessa
posição.

Escolheu a camisola 25 quando já tinha
usado a 17 no FC Porto. Por alguma razão
especial?
Era o 52 no Vitória de Guimarães, apenas
troquei os números. Não é uma questão à qual
atribua muito significado.

DA PORTA DO SOL PARA


UMA ALEGRE ESTREIA


Foi por volta dos 7 anos que o Otávio e a
bola se conheceram....
Antes já dava uns pontapés na bola, mas co-
mecei a competir com essa idade. Primeiro
em João Pessoa, mas aos 11 anos passei a fa-
zer todos os dias uma viagem de quatro ho-
ras para ir treinar ao Santa Cruz, no Recife, e
voltar à minha cidade. Por isso é que em João
Pessoa não tenho muitos amigos. De manhã
estava na escola, à tarde ia para o Recife e re-
gressava a casa à noite, estudava um pouco e
ia dormir. Era um pouco desgastante.


E tudo começou no futsal.
No início da nossa formação, no Brasil, antes
de chegarmos ao futebol de onze, passamos
pelo futsal, que pratiquei até aos 13 ou 14 anos.
No Santa Cruz havia dias em que tínhamos
um treino de futsal à tarde e um treino de
futebol de campo à noite, depois passou a
ser quase só futebol de campo até que tive a
oportunidade de fazer um teste no Interna-
cional de Porto Alegre. E aí pensei para mim,


Nasceu em João Pessoa, município do estado da Paraíba, no nordeste brasileiro,
conhecido como “Porta do Sol”, por se situar no ponto mais oriental das Améri-
cas, “onde o sol nasce primeiro”. Foi lá que Otávio e a bola se conheceram, ainda
no futsal, etapa primeira da formação de um futebolista no Brasil. O talento que
já revelava levou-o para o Santa Cruz, no Recife, até ao dia em que, aos 15 anos,
tentou a sorte no Internacional de Porto Alegre e lá ficou. Dois anos depois já
jogava pela equipa principal do Colorado, pela qual se estreou logo com um golo.


‘ou é campo ou então desisto’, mas felizmente
consegui lá ficar.

Que ensinamentos retirou do futsal para
o futebol?
Controlo de bola, capacidade de jogar em es-
paço curtos, de pensar mais rápido. Foi isso
principalmente.

O Santa Cruz foi um clube muito importante
na sua carreira...
Sim, muito, foi o clube que me deu a mão. Pa-
gava a viagem para o Recife, a alimentação,
pagava tudo. E por isso no Brasil sou adepto
do Santa Cruz, acompanho os jogos do clube
sempre que posso.

Em dezembro de 2009 foi contratado pelo
Internacional de Porto Alegre, clube em
que completou a sua formação. Como é que
tudo isso aconteceu?
Quando fui fazer testes à equipa de Sub-
do Inter, estávamos em vésperas de gre-nal,
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