Dragões - 201609

(PepeLegal) #1

REVISTA DRAGÕES setembro 2016


Tema
de capa

14


o clássico entre o Inter e o Grémio, e treinei
bem, dava tudo para chamar a atenção do trei-
nador. No dia seguinte havia treino só para os
que estavam convocados para o jogo. E nessa
manhã, estava eu a dormir no centro de es-
tágio, que fica no Estádio Beira-Rio, quando
me ligam para ir treinar, porque faltava um
jogador. Eu não estava inscrito e não podia
jogar, mas voltei a treinar bem e o treinador
começou a apostar em mim e fiquei lá até vir
para cá.


Mostrou-se como médio, mas chegou a jo-
gar como lateral direito...
Comecei por ser médio volante, mas cheguei
a fazer uma época a lateral direito. Ou melhor,
nessa altura o treinador colocava-me na de-
fesa na primeira parte e no meio-campo, na
ala, na segunda.


Chegaram até a compará-lo a Daniel Alves,
que hoje joga na Juventus.
É verdade, quando jogámos a Taça Nike con-
tra o Barcelona chegaram a fazer essa com-
paração, mas o meu lugar não era aquele, era
mais à frente. Eu gostava mais de atacar, mas
como o Internacional é uma equipa grande,
que sempre formou bons jogadores, em cam-
po tínhamos muita liberdade para atacar e até
marcava golos jogando a lateral.


Menos de dois anos depois de ter chegado
ao Inter, estreou-se na equipa principal com
apenas 17 anos, tal como Alexandre Pato,
um das figuras do clube.
Na verdade não esperava. Jogava nos Sub-17,
ainda tinha que passar pelos Sub-20 e depois
pela equipa B para chegar à principal. Mas eu
fui direto. Do nada, ligaram-me para ir treinar
com a equipa principal depois de ter sido
campeão gaúcho de Sub-17, numa época em
que fui considerado o melhor jogador do cam-
peonato. Fiquei a treinar lá umas semanas,
sempre a pensar que iria voltar aos Sub-17,
mas a verdade é que fui convocado para o
jogo com o Santos, entrei na segunda parte e
marquei um golo na estreia.


Quem desempenhou um papel importante
na evolução na equipa principal foi Dunga,
ex-selecionador do Brasil.


Tive treinadores como o Fernandão, que
faleceu recentemente, o Dorival Júnior e o
Dunga, que me ajudou bastante. Foi ele quem
me colocou na linha, quem me ajudou a ga-
nhar força; deu-me muitas oportunidades,
foi muito bom professor. No Brasil ele é um
exemplo para todos, sobretudo para os gaú-
chos como ele.

É verdade que chegou a levar uma valente
reprimenda dele quando chegou das férias
com excesso de peso?
Levei várias. No início da carreira, quando
ia de férias, nunca treinava, engordava um
ou dois quilos. Houve uma vez que, antes
de ir de férias, me lesionei, ou seja, estive
uns três meses sem treinar, voltei um pou-
co acima do peso e tomei essa bronca. Ele
pôs-me logo a fazer apenas treino físico até
ficar em forma para ele voltar a dar-me a
oportunidade de jogar.

“Muitos dizem


que nos calhou


um grupo fácil


na Liga dos


Campeões, mas


nós sabemos


que todos os


jogos vão ser


difíceis e que


temos que entrar


concentrados em


todos eles para


podermos ganhar


e conseguir o


apuramento


para os oitavos


de final.”

Free download pdf