Exame - Portugal - Edição 439 (2020-11)

(Antfer) #1

  1. EXAME. NOVEMBRO 2020


Macro


N


a altura em que esta re-
vista chegar às bancas,
já João Guedes Vaz esta-
rá a cumprir o primeiro
mês à frente da unida-
de de consultoria de liderança da Boyden,
ao nível global. O líder dos que ajudam
a escolher e a transformar outros líderes
nas empresas assume o novo cargo inter-
nacional num momento em que o mun-
do continua a tentar navegar à vista no
mar incerto da pandemia. Um tempo que,
como poucos outros, exige nervos de ferro
de quem toca esses barcos para a frente,
mas que nem por isso trouxe, para já, uma
mudança drástica das características que


são pedidas a quem gere e aponta, todos
os dias, os caminhos às equipas que ten-
tam dobrar o cabo das Tormentas.
“Não vi uma mudança radical do per-
fil que se espera de um líder. Mas ele está
muito mais exposto, tornou mais evi-
dente o impacto direto das suas decisões
nas pessoas. Tudo o que faz lida com as
emoções, com a vida pessoal. E um líder
que tenha empatia é mais valorizado pe-
las organizações”, afirma, em entrevista à
EXAME. Se houve alterações, elas foram
de molde a sublinhar a agilidade neces-
sária para tomar decisões sob pressão e
de aproveitar as situações de stresse para
melhorar as organizações e reinventar o

modelo de negócio. “Se olharmos para os
cisnes negros, hoje são tão comuns que já
não se pode falar deles como tal. Existem
no planeta e vão continuar a existir a um
ritmo cada vez maior. Isso vai fazer parte
da liderança, da capacidade de um líder
para se ajustar e adaptar”, acrescenta o
responsável.
À medida que se ganha maior conhe-
cimento sobre a pandemia, as empresas
parecem, aos poucos, adaptar-se ao novo
normal, e muitas já começaram a gerir
com ela (a pandemia) e não apesar dela.
A partir de setembro, com a rentrée, João
Guedes Vaz começou a ver maior confian-
ça nas contratações de cargos de topo, so-

LIDERANÇA

A pandemia


não mudou


radicalmente


o perfil dos


líderes. Mas


eles estão mais


expostos


A estrear-se numa nova função internacional, em


que passa a conduzir a leadership consulting da
Boyden ao nível global, João Guedes Vaz diz


à EXAME que fatores como empatia e agilidade
são, hoje, mais importantes do que nunca para


a escolha e para o desempenho das lideranças:
“Num setor competitivo, quem se der ao luxo


de ter uma liderança cristalizada
afunda rapidamente”


Texto Paulo Zacarias Gomes Fotos Luís Barra

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