psicanálise
Discípulo de Freud, o analista húngaro acreditava
no potencial transformador do encontro clínico;
seu percurso foi marcado pela “ética do cuidado”,
que considerava indispensável
por Daniel Kupermann
Por que
Ferenczi?
P
oderíamos justifi car nosso interesse pela obra do
psicanalista húngaro Sándor Ferenczi (1873-1933)
enumerando as várias qualifi cações elogiosas por
ele recebidas em vida e após a sua morte. Por oca-
sião do seu aniversário de 50 anos, Freud celebrou a longa
amizade estabelecida entre os dois desde o primeiro encontro
em 1908, e o descreveu como “mestre” reconhecido pela sua
“originalidade” e “riqueza de ideias”. Durante mais de vinte anos
Ferenczi foi, de fato, o principal interlocutor de Freud. No seu
obituário Freud sublinhara mais uma vez seu talento, afi rman-
do que Ferenczi tornara “todos os analistas seus discípulos”.