especial • inconsciente
sentaram indícios do distúrbio. Em 14 dos indivíduos pes-
quisados foram descobertos sintomas de prosopagnosia
tanto em parentes próximos quanto nos do círculo fami-
liar ampliado.
“Sabemos hoje que se o pai ou a mãe apresenta essa
inabilidade perceptiva, a probabilidade de ela aparecer
também nos filhos será de 50%; o sinal característico é,
portanto, hereditário dominante”, afirma o neurocientista
Thomas Grüter, professor da Universidade de Münster. E
uma vez que a prosopagnosia afeta igualmente homens
e mulheres, evidencia-se
que nela não tem partici-
pação nenhum cromosso-
mo sexual, mas provavel-
mente um “autossomo”.
O especialista ressalta
que a inabilidade congê-
nita de reconhecer rostos
não necessariamente tem
a mesma base neuronal da
prosopagnosia adquirida por lesão cerebral. “Até o momen-
to só sabemos que ela parece responsável pelo distúrbio
hereditário de uma única mutação genética; a exemplo
de todos os primatas, os seres humanos têm pouca habili-
dade olfativa em comparação com outras espécies, o que
em geral não nos permite reconhecer nossos semelhantes
pelos odores, como fazem, por exemplo, os cães”, observa
Grüter. Em vez disso, temos uma visão altamente aperfei-
çoada para identificá-los.
O distúrbio
neurológico pode
tanto ser resultado
de uma inabilidade
congênita,
transmitida pelos
pais, quanto de
uma lesão cerebral