livro | lançamento
E também remissões, citações e um índice onomástico. Todo esse material,
que poderia se tornar um universo caótico, foi reunido de maneira subjetiva,
pessoal, como uma grande colcha de retalhos, cada qual com sua história, com
sua razão de ser.
Graças à possibilidade de percorrer os assuntos apresentados sem um en-
cadeamento único e necessário, é possível encarar a leitura como uma espécie
de aventura do imaginário, sem percurso ou destino definidos. Qualquer pá-
gina é um convite à próxima,
seja a seguinte ou a anterior.
De certa forma, ler o Dicioná-
rio amoroso da psicanálise é
partilhar de alguma intimida-
de intelectual da autora. São
inúmeros vocábulos, lem-
branças e vivências. Em sua
escrita, ela passa por cidades
e museus, reencontra-se com
personagens e revê poemas e
romances que lhe são fami-
liares. Roudinesco fala de cinema, teatro, viagens e mitologias. Vai de Amor” a
“Zurique”, de “Animais” a “Cidades brasileiras”, “Hollywood”, “David Cronen-
berg”, “Jesuítas”, “Sherlock Holmes”, “Marilyn Monroe”, “Paris”, “Felicidade”,
“Psiquê”, “Leonardo da Vinci”, por exemplo.
“Sempre amei os dicionários. Eles encerram um saber que é como um mis-
tério permanente”, escreve Roudinesco. “Cada vez que abro um dicionário, sei
que vou encontrar algo novo, uma coisa secreta na qual não havia pensado, his-
tórias, palavras, nomes, figuras de linguagem. Um dicionário é um vasto lugar
de memória, um relato em forma de labirinto, um inventário errante, uma lista
em expansão.”
Graças à possibilidade
de percorrer os assuntos
apresentados sem um
encadeamento único e
necessário, é possível encarar
a leitura como uma espécie de
aventura do imaginário, sem
percurso ou destino definidos