Viva Saúde - Edição 197 (2019-10)

(Antfer) #1
vida natural 3

Embora exista uma polêmica em torno de sua regulamentação,
a ozonioterapia ganha espaço como complemento aos tratamentos
alopáticos no alívio das lombalgias Por Ana Sniesko

S

Se ao ler a palavra ozonioterapia você
pensa na camada que envolve a Terra, está
no caminho certo. Assim como o ozônio
nos protege contra os raios UVA e UVB,
o gás usado de forma medicinal promete
proteger o nosso organismo de patolo-
gias e agentes invasores. “Ozônio é uma
molécula triatômica que existe na natu-
reza, considerado o quarto oxidante mais
potente. Na camada de ozônio, exerce a
função de proteger contra os raios ultravio-
leta, extremamente danosos para a saúde
humana e animal”, explica Maria Emília
Gadelha Serra, presidente da Sociedade
Brasileira de Ozonioterapia (SOBOM).
Antes de explicar como ele é usado, vale
fazer uma pequena viagem na história. Os
primeiros usos do ozônio como produto
medicinal têm registros que datam do  nal
do século XIX. “Por volta de 1890 era uti-
lizado para controle de infecções por bac-
térias, já que o primeiro antibiótico (peni-
cilina) só foi desenvolvido por Alexander
Flemming, na Inglaterra, em 1928”, conta
Maria Emília. Durante a Primeira Guerra
Mundial, na Alemanha, o ozônio também
foi utilizado para o tratamento tópico de
feridas e amputação de membros de sol-

dados combatentes. “As aplicações sistê-
micas começaram nos anos 1950, com o
advento do plástico”, completa.
A ozonioterapia é a técnica na qual o
ozônio medicinal é administrado na for-
ma de gás, em baixas doses, por diferentes
vias, para modular as funções protetoras da
célula. Não é um remédio, mas um agente
que ativa o corpo para se curar por conta
própria. Hoje o seu uso já ultrapassou as
fronteiras da Alemanha e se espalha por
quase 50 países, como Itália, França, Japão,
China e em 14 estados americanos.

A nal, para que serve?
Segundo os especialistas que defendem
a técnica, serve para quase tudo! Isso por-
que o gás apresenta propriedades que vão
desde a ação bactericida até a regulação
de vários desequilíbrios. “O ozônio me-
dicinal é altamente e caz para tratar inú-
meras doenças, devido ao grande poder
anti-in amatório e analgésico da mistura
gasosa oxigênio-ozônio, além de apresen-
tar propriedades germicidas – tem ação
sobre bactérias, vírus e fungos oportunistas


  • e de melhorar a circulação sanguínea e
    linfática”, elenca a presidente.


O USO INICIAL
DO OZÔNIO
COMO
PRODUTO
MEDICINAL
aconteceu POR
VOLTA DE 1890
para controle
de infecções por
bactérias, já
que o primeiro
antibiótico
(penicilina) só
foi desenvolvido
em 1928

OZÔNIO


contra as dores


nas costas


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