Viva Saúde - Edição 197 (2019-10)

conheça melhor

os sintomas

além da redução no fluxo da urina, a

hiperplasia também possui outros sinais:

• Dificuldade ao urinar


• Retenção urinária
  
  
  • Necessidade de forçar para
    conseguir fazer xixi
  
  
  • Vontade frequente de ir ao banheiro
  
  
  • Aumento da frequência da micção,
    especialmente no período noturno
  
  
  • Sensação contínua de não
    conseguir esvaziar totalmente
    o conteúdo presente na bexiga
    TexTo: Daniel navas
  
  
  
  

a mudança da fluidez da urina em homens maduros merece

atenção. Pode ser sinal de hiperplasia benigna da próstata

O

ato de ir ao banheiro para uri-

nar é automático. Mas toda

mudança no fluxo da urina é

facilmente identificado. E se

essa alteração se tornar frequente, é melhor

ficar atento: pode ser reflexo da chama-

da hiperplasia benigna da próstata (HBP),

um problema muito comum e que atinge

mais de 14 milhões de brasileiros, de acor-

do com a Sociedade Brasileira de Urologia

(SBU). “Considerada uma doença benigna,

ou seja, não progressiva nem danosa à saú-

de, a HBP é um aumento da próstata. E esse

crescimento pode comprimir a uretra, o que

dificulta o esvaziamento da bexiga”, expli-

ca Alex Meller, urologista da Universidade

Federal de São Paulo (Unifesp).

Observe o seu corpo

A diminuição no fluxo da urina é consi-

derada um sintoma obstrutivo da HBP, ou

seja, o jato sai mais fino e a pessoa demora

mais tempo para esvaziar a bexiga. Com o

aumento da obstrução, pode ocorrer o não

esvaziamento completo, porque a pressão

no órgão é insuficiente para eliminar todo

o conteúdo. “A bexiga retém a urina dentro

dela, mesmo após a micção, o que chama-

mos de resíduo. Isso pode acarretar infecção

A diminuição

no fluxo

da urina é

considerada

um sintoma

obstrutivo da

hiperplasia

benigna da

próstata: o

jato sai mais

fino e o homem

demora mais

tempo para

esvaziar a

bexiga

urinária no homem e desenvolvimento de

cálculo na bexiga. E pode haver até o blo-

queio completo do órgão, chamado de re-

tenção urinária aguda”, esclarece Marcelo

Bendhack, urologista especializado em

uro-oncologia.

Outras doenças associadas

O fluxo da urina sofre modificações não

só devido ao aumento da próstata. Doenças

como Parkinson, esclerose múltipla, dia-

betes e acidente vascular cerebral (AVC),

todas ligadas ao sistema nervoso – ou ca-

racterizadas por afetar células locais –, po-

dem influenciar a ação muscular e tornar a

bexiga um pouco disfuncional ao reduzir a

pressão de esvaziamento da urina, causan-

do dificuldade de micção. “Denominamos

esse processo como ‘bexiga neurogênica’, e

o tratamento consiste, além do controle da

doença de base, em intervenções específicas

para cada caso”, explica Ricardo Luis Vita

Nunes, coordenador do Departamento de

Hiperplasia Prostática Benigna da SBU.

Outra situação semelhante ocorre na cha-

mada estenose da uretra, quando o paciente

tem algum trauma ou infecção e forma-se

um “calo” que obstrui parcialmente a ure-

tra, reduzindo também o fluxo da urina.

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