Além de produzir a derradeira unidade do popular besouro
em todo o mundo, a Volkswagen do México atuou como um
importante polo exportador para os mercados dos EUA e Europa
TEXTO: LUIZ GUEDES JR. • FOTOS: DIVULGAÇÃO
reduto
O ÚLTIMO
no mercado mexicano se daria por
“mãos” da realeza.
Mas foi exatamente o que acon-
teceu, quando o príncipe espanhol
Alfonso Von Hohenlohe – playboy e
empresário famoso, sobretudo no
ramo de hotelaria – decidiu vender
no México os carrinhos projetados
por Ferdinand Porsche. Neto de um
importante diplomata mexicano, o
príncipe Alfonso possuía proprieda-
des no país latino-americano. Além
disso, sua família havia mantido
fortes ligações de amizade com o
professor Porsche.
Contudo, ao viajar para a Ale-
manha a fim de solicitar a distribui-
ção junto à Volkswagen, o príncipe
descobriu que a empresa já havia
firmado contrato de exclusividade
com o general mexicano Martínez,
que assinara o documento sem ja-
mais ter visto – nem por foto! – uma
unidade do besouro.
Um amigo do príncipe Alfonso
conhecia bem o general e marcou
uma reunião entre os três, levando
consigo, no bolso do paletó, uma foto
do Sedan. Ao olhar para a imagem, o
general declarou que o automóvel não
A
ssim como ocorria no
Brasil, o mercado mexi-
cano de automóveis no
início da década de 1950
também se encontrava
totalmente voltado para os enormes
e “beberrões” modelos produzidos
pela indústria norte-americana. Numa
época marcada pela gasolina barata
e pela total ausência de congestiona-
mentos, ninguém poderia acreditar no
sucesso de um veículo pequeno e tão
peculiar como o Volkswagen Sedan.
Mais difícil ainda seria apostar que
a introdução do popular automóvel
PLAYBOU E EMPRESÁRIO DO RAMO DE HOTELARIA, O PRÍNCIPE
ALFONSO FOI QUEM INTRODUZIU A VW NO MÉXICO
Em resposta aos críticos, o príncipe Alfonso inscreveu sete unidades do Sedan na dura Carrera Panamericana disputada em 1954