JUNHO DE
1945
26 ASSINATURA
DA CARTA DAS
NAÇÕES UNIDAS
A Carta das Nações Unidas é o docu-
mento por meio do qual se constitui a
ONU. Sua história remonta ao dia 12
de julho de 1941, com a Declaração de
Londres, firmada pelos representan-
tes de Reino Unido, Canadá, Austrá-
lia, Nova Zelândia e África do Sul,
além dos governos no exílio de Bélgi-
ca, Tchecoslováquia, Grécia, Luxem-
burgo, Noruega, Países Baixos, Polô-
nia, Iugoslávia e França (representa-
da pelo general De Gaulle). Esse do-
cumento se pronunciava a favor da
preservação da paz de forma conjun-
ta, estabelecendo a cooperação volun-
tária de todos os povos livres como
base de uma paz duradoura e para
evitar a ameaça de agressão.
Posteriormente, em agosto de 1941,
o presidente dos Estados Unidos,
Franklin D. Roosevelt, e o primeiro-
ministro britânico, Winston Chur-
JUNHO DE
1950
25 COMEÇA A
GUERRA DA
COREIA
A península da Coreia, que havia
pertencido ao Japão até o fim da
Segunda Guerra Mundial, foi di-
vidida e ocupada pela União So-
viética e pelos Estados Unidos em
1945, tomando como linha de di-
visão o paralelo 38°. Como conse-
quência da Guerra Fria, o terri-
tório ficou fracionado em dois
Estados: Coreia do Norte, onde,
em 1948, se estabeleceu uma re-
pública popular comunista diri-
gida por Kim Il-sung; e Coreia do
Sul, onde Syngman Rhee implan-
tou uma inf lexível ditadura pró-
estadunidense.
O triunfo da revolução comu-
nista na China em outubro de
1949 perturbou o equilíbrio geo-
estratégico da Ásia. Stálin, que
havia sofrido duros contratem-
pos na Europa – o fracasso do
bloqueio de Berlim e a fuga da
Iugoslávia ao seu controle –, de-
cidiu recuperar terreno na Ásia
e incentivou um ataque norte-
coreano à Coreia do Sul.
No dia 25 de junho de 1950, as
tropas de Kim Il-sung cruzaram
bombardeio atômico do norte da
China, mas o presidente Truman
e a maioria do Congresso recusa-
ram, alarmados, uma ação que
podia levar ao conf lito nuclear
com a União Soviética. Em um
enfrentamento cada vez mais
aberto, Truman destituiu Mac-
Arthur, entre os protestos da di-
reita republicana, e o substituiu
pelo general Ridgway.
A União Soviética, por sua
parte, fez pública sua intenção de
não intervir na contenda e mani-
festou seu desejo de que dois
sistemas diferentes co-
existissem na pe-
nínsula. Come-
çaram então as
negociações,
que se conclu-
íram em julho
de 1953, com a
assinatura do
armistício em
Panmunjom, onde
se estabeleceu uma nova
linha de demarcação que serpen-
teia em torno do paralelo 38°.
A sobrevivência do regime
comunista norte-coreano fez que
essa fronteira da Guerra Fria te-
nha sido a única que persistiu até
o século XXI.
o paralelo 38° e avançaram em dire-
ção ao sul. O regime sul-coreano só
pôde conservar um pequeno territó-
rio em volta de Pusan.
A reação americana foi imediata.
Washington pediu a convocação do
Conselho de Segurança da ONU e
obteve um mandato para se colocar à
frente de um Exército que se opuses-
se à agressão norte-coreana. A ausên-
cia do delegado soviético, que havia
se recusado a participar das reuniões
do Conselho em sinal de protesto pela
negativa estadunidense de aceitar a
admissão da China Popular, favore-
ceu essa resolução.
As tropas multina-
cionais da ONU – na
prática, o Exército
americano a co-
mando do general
MacArthur – recu-
peraram, em pouco
tempo, o terreno
perdido e no dia 19 de
outubro tomaram Pyon-
gyang, a capital da Coreia do
Norte. Três dias antes, tropas chine-
sas com apoio militar soviético ha-
viam penetrado na Coreia e obrigado
o exército americano a retroceder; no
dia 4 de janeiro de 1951, as tropas co-
munistas voltaram a ocupar Seul.
MacArthur apresentou a opção do
Refugiados na
Guerra da Coreia
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