Quatro Rodas - Edição 718 (2019-02)

(Antfer) #1

REPORTAGEM


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OS CARROS DO METRÔ

Aparelhos (acima e


ao lado) analisam


o desgaste dos


componentes


mecânicos sob o trem.


Cada uma das rodas


(abaixo) pesa 300kg


e tem só 1 cm² de


área de contato com


o trilho. Seu diâmetro


é reduzido conforme


se desgasta, e a


mudança de altura do


trem é compensada


pela suspensão a ar,


que também se ajusta


com o entra e sai


dos passageiros


No início usava-se um sistema


analógico chamado decelostato, mas


agora os trens têm ABS, com a mesma


lógica dos automóveis. A eletrônica


também incorporou o controle de


tração, que aposentou o velho sistema


que jogava areia entre rodas e trilhos


para aumentar a aderência. E haja


precisão para controlar os 190 cv e


811 mkgf gerados por cada um dos 24


motores — no total, cada composição


tem mais força do que 347 picapes


Amarok V6. Esse vigor é necessário


para movimentar a massa do trem,


que pode chegar a 100 km/h e passa


de 350 toneladas quando cheio. Parar


tudo isso, porém, é algo fácil para os


freios a disco nas 48 rodas, já que eles


quase não entram em ação.


Boa parte da frenagem do trem


é feita usando apenas os motores,


que transformam a energia cinética


em elétrica enquanto desaceleram a


composição e devolvem a eletricidade


gerada para o sistema. Igual ao Toyota


Prius, mas em escala extragrande. O


sistema é tão eficiente que as pasti-


lhas feitas com Kevlar são acionadas


somente quando o trem está a menos


de 6 km/h. Mesmo assim, elas preci-


sam ser trocadas a cada seis meses,


a um custo de R$ 1.460 por trem. Os


discos duram dois anos, mas são bem


mais caros: R$ 2.500. O valor, porém,


não supera os R$ 3.300 sugeridos para


cada disco de freio de um Cayenne.


AUTÔNOMO Só que o SUV da Porsche


não funciona sem motorista, ao con-


trário do Metrô. Desde sua inaugu-


ração o sistema paulistano usa o ATO


(operação automática de trens, em


inglês), um equipamento que permite


às composições acelerar, frear e até


abrir as portas nas estações de forma


totalmente automática. “Os trens


são guiados remotamente por um


sistema fechado, sem conexão com a


internet. Mas os operadores são trei-


nados para entrar em ação a qualquer


momento, como quando alguém


segura as portas ou um usuário cai


na via”, explica Renata Yamanaka,


74 QUATRO RODAS FEVEREIRO

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