Sabor Club - Edição 34 (2019-11)

(Antfer) #1
Sabor. club [ ed. 34 ] | 45

uma coloca a colher no pote da outra, misturando
ideias de receitas já criadas por cada uma e que já
fizeram sucesso em outras ocasiões. Em time que está
ganhando não se mexe? Não para Patrícia e Silvia.
O bolo de chocolate que aparece na capa desta
edição é um desses casos. Ele nasceu pelas mãos
da Silvia, que fazia para a mãe, ao som de Luis
Melodia, cantando “Pérola Negra”, em altos brados.
“Ela adorava a cena”, lembra. Até que a Patrícia viu
a receita e sugeriu um toque aqui e ali. A amiga


completou com outro, até o iogurte kefir ir parar
na massa, o que a confere uma umidade incrível que,
normalmente, só colheradas de bebida
alcoólica conseguem.
O resultado, quando a gente põe um pedaço
na boca, é atordoante, no mais positivo sentido da
palavra. O cérebro imediatamente pensa em rum,
licor... Mas a boca não sente qualquer sinal deles!
Vem a pergunta: como pode ser tão molhadinho?
Foi em busca desta resposta que a dupla acabou
escolhida para protagonizar uma reportagem na


Sabor.club. Este curioso editor conheceu a Patrícia
num evento, ouviu falar dos doces que ela faz, num
lugarzinho realmente fofo, colorido em tons pasteis,
dos detalhes como os canos aparentes sobre as
paredes até a fita adesiva que fecha as embalagens
para viagem. E, claro, a louça que chega às mesas. Na
maioria das vezes, com os bolos que ficam expostos
numa pequena vitrine.
Eles mudam toda hora, porque as confeiteiras
estão sempre na casa, são inquietas e, como dito,

adoram comer. Em outras palavras, não resistem
e acabam criando novos quitutes.
O bolo de resistência da casa tem base que
mistura receitas de cookie, massa de açúcar mascavo
e um brigadeiro com sabor mais forte, para equilibrar
o tanto de dulçor que ficaria na boca, caso ele não
estivesse ali.
O de cenoura, bem americano, foi criado para
a Páscoa e nunca mais saiu do cardápio. Tem coco,
nozes e especiarias com cobertura e recheio feitos
com cream cheese e baunilha.

O bolo de chocolate que aparece na capa desta edição nasceu pelas mãos
da Silvia Garcia, que fazia ao som de Luis Melodia, cantando “Pérola Negra”,
em altos brados. Então, ganhou os dedinhos da Patrícia

Doce é o jazz
A música americana do começo do século 2o é trilha para bolos e cafés
Toasty é uma palavra de origem inglesa que significa quentinho ou tostado e remete a confortável, acolhedor.
É esse sentimento que as sócias querem passar para quem frequenta o local. E para isso, além de espalharem
as próprias coisas pelo café, cuidam pessoalmente de uma trilha sonora bem bacana que vai do rock clássico
ao jazz do começo do século 20. A Patrícia Escobar, aliás, é adepta do liny hop, estilo de dança frenética e as
vezes acrobática que nasceu no Harlem, nos anos 1920, e está virando moda mundo afora. Fica de olho.
Free download pdf