Fotografe - Edição 278 (2019-11)

(Antfer) #1

RETRATO


As séries mais recentes, I Am
Online, de 2016, e I Am Light, de
2018, parecem se sustentar em
princípios opostos. Na primeira há
uma sensação de sufocamento,
causada por fios que envolvem os
rostos. Na segunda, há uma explosão
de luzes e os rostos parecem se
expandir e se desintegrar.
I Am Online nasceu a partir

SUFOCAMENTO E EXPLOSÃO


com esse conceito de vida perfeita.
Quis fazer uma crítica a tudo isso
e me colocar na primeira pessoa.
Digital, conectado e enrolado nesse
emaranhado de linhas e conexões
que nos sufoca”, explica.
Depois de viver intensamente
essa série, Gabriel Wickbold
reservou um tempo para meditar
e foi para um retiro espiritual.

Imagem da série I Am
Online, uma crítica ao
vício em internet das
novas gerações digitais

de inquietações acerca do vício
em tecnologia, redes sociais e
informação. “A geração de nativos
digitais tem muita dificuldade em se
desconectar. Vivemos um paradoxo,
pois mentimos e somos enganados
constantemente nas redes sociais,
nessa luta incessante por comer bem,
viajar, ser bem-sucedido, bom pai e
por aí vai. Começamos a sofrer muito

Quis fazer
uma crítica ao
vício de ficar
conectado o
tempo todo.
É como se a
pessoa estivesse
enrolada num
emaranhado
de linhas

Gabriel Wickbold
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