MATÉRIA DE CAPA
de técnicas de pós-produção de imagens
noturnas utilizando mais de uma imagem:
stacking (empilhamento), blending
(combinação) e composite (composição).
No stacking se faz uma série de
imagens da mesma cena, em sequência e
no mesmo horário, sem alterar o frame, e
depois há o empilhamento dessas imagens
para a redução de ruído ou para simular
exposições mais longas. Já o blending é a
partir de duas imagens da mesma cena em
horários diferentes ou então no mesmo
horário, porém com exposições diferentes.
Em seguida, faz-se a combinação das duas
para ter uma imagem mais homogênea
em relação à exposição do terreno e do
céu. No composite não há regras: pode-se
usar uma imagem feita na Itália durante o
dia e combinar com uma imagem do céu
noturno da Namíbia.
Ensina que sempre vale chegar durante
o dia para pensar no enquadramento e na
composição da cena. No início do ano, o
núcleo da Via Láctea começa a aparecer
na linha do horizonte na direção sudeste,
no céu noturno perto do amanhecer.
À medida que o ano avança, ele vai
começando a surgir mais cedo e percorre
o céu girando em direção ao sudoeste.
No final do ano, começa a aparecer
junto ao horizonte na direção sudoeste.
“Considerando essa movimentação, cada
lugar deve ser estudado para verificar em
que época do ano será viável a composição
desejada”, explica.
BUSCAR CONHECIMENTO
Para iniciantes que querem se dedicar
ao segmento, Victor Lima tem duas dicas
principais: estudar conceitos básicos de
fotografia e saber usar aplicativos para o
planejamento das saídas para produzir
imagens. Ele defende a ideia de que,
independentemente do equipamento, o
fotógrafo que tem uma base sólida nos
dois itens citados por ele conseguirá bons
resultados em registros noturnos.
A quantidade de ruído em uma
imagem capturada com pouca luz está
diretamente relacionada com o ISO
ajustado, ou seja, quanto maior o ISO,
maior a quantidade de ruído, diz Lima.
Portanto, deve-se procurar sempre usar um
maior tempo de exposição e um diafragma
mais aberto para ter um ISO mais baixo.
Imagens em que o fotógrafo usa luz
artificial para iluminar o primeiro plano
ou em dias de Lua cheia, sem a intenção
de capturar as estrelas, podem ser feitas
com ISO 800 ou ISO 1.600. Já imagens em
situações sem iluminação artificial podem
ser capturadas com ISO a partir de 3.200,
Quem é ele
Morador de Salvador (Bahia)
e natural do Espírito Santo, Victor
Lima tem 44 anos e fotografa há
quatro anos. Engenheiro civil de
formação, o fotógrafo autoditada
comprou a primeira câmera
para registrar uma viagem e
se apaixonou por fotografia de
paisagens. Em 2015 inscreveu
algumas imagens em um
concurso da National Geographic,
que acabou escolhendo uma
foto dele para compor a capa da
edição especial de fim de ano da
NatGeo Traveler. Para conhecer
mais sobre o trabalho dele,
acesse: @victorlimaphoto.
Imagem noturna das
Lagunas Escondidas
de Baltinache, no
Deserto do Atacama
Fotos:
Victor Lima