Fotografe - Edição 278 (2019-11)

(Antfer) #1

FOTOGRAFIA DOCUMENTAL


Fotos:

Severino Silva

Procissão do Fogaréu, em
Pirenópolis (GO), e, mais
abaixo, a procissão de Corpus
Christi em São Cristovão (SE)

Imagem de Nossa Senhora
Aparecida presente na
Missa dos Vaqueiros, em
Serrita, Pernambuco

e seu cotidiano”, conta. Banca as
despesas do próprio bolso, num
investimento de retorno financeiro
no mínimo incerto. “Espero, pelo
menos, patrocínio para um livro ou
exposição”, comenta.
A Pirpirituba natal, para onde
nunca mais voltou, está nos planos
de viagem, mas não nos próximos
meses. “Perdi minha mãe há pouco
tempo, a presença dela ainda é
muito forte. Se for para lá agora,
não vou conseguir me concentrar
no trabalho”, diz. Da pequena
cidade, guarda na memória uma
cena que despertou nele a vontade
de eternizar imagens. “Lembro
da minha avó varrendo a casa,
que tinha piso de terra batida. A
luz do sol atravessava a poeira
que ela levantava. Achava lindo,
tentava desenhar, mas não ficava
muito bom. Acho que ali, mesmo
sem saber nada sobre fotografia,
comecei a virar fotógrafo”, imagina.
O tema, ele sabe, já foi muito
explorado. “Conheço e admiro
o trabalho do Tiago Santana, do
José Bassit, do João Machado e de
outros fotógrafos. A ideia é tentar
algo diferente, buscar detalhes,
uma aproximação maior com os
personagens, fazer experiências
com a luz”, explica. Para ele, a
experiência de repórter fotográfico
é valiosa, mesmo num trabalho de
longo prazo. “A gente mistura a
rapidez à capacidade de aguardar o
momento certo. Sabe se posicionar,
se relacionar com as pessoas, sente
quando a foto vai surgir. Acho que
uma abordagem fotojornalística
num projeto documental, num
assunto rico e variado como a
fé, pode ter um resultado muito
interessante”, avalia.

planos
A ideia de
Severino é ter
material para uma
exposição e um
livro em breve
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