Fotografe - Edição 278 (2019-11)

(Antfer) #1

GRANDE ANGULAR


de populações tradicionais, com
destaque para uma série produzida
no norte de Minas Gerais, tratando
da relação de quilombolas e
ribeirinhos com o Rio São Francisco.
Ela era aluna do
curso de Artes Visuais
na Universidade
Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ). Integrava
ainda o coletivo Farpa
e as plataformas de
mulheres fotojornalistas
Women Photograph,
Diversify.Photo e MFON
Women. Valda fez

A fotógrafa Valda Nogueira
morreu no dia 3 de outubro de
2019 no Rio de Janeiro (RJ), aos
34 anos, vítima de atropelamento.
Ela se formou na Escola de
Fotógrafos Populares, no Complexo
da Maré, em 2012, e tinha no
fotógrafo e professor João Roberto
Ripper sua principal fonte de
inspiração. Com um trabalho
promissor, Valda registrava a vida

Três imagens do documentário que Valda Nogueira produzia
no norte de Minas Gerais com quilombolas e ribeirinhos

Valda, que morreu
precocemente, mostra
foto para moça que
havia fotografado

Fotos:

Valda Nogueira

João Roberto Ripper

parte da exposição Através do Olhar,
realizada no Sesc Madureira, no Rio,
com curadoria de Thais Rocha. A
mostra reuniu o trabalho de quatro
fotógrafas negras moradoras de
bairros periféricos, contando também
com imagens de Aparecida Silva,
Fernanda Dias e Thaís Alvarenga.
“Valda foi o mais bonito meteoro
que conheci”, diz João Roberto
Ripper. “Fotógrafa de um brilho
impressionante, colocava suas
fotos em defesa das populações
tradicionais, dos moradores de favelas
e, de um modo geral, das populações
menos favorecidas e esquecidas ou
perseguidas pelos poderes oficiais.
Era ativista do feminismo negro. Ela
continua encantada e encantando.
Hoje seu assistente de iluminação é o
astro rei”, completa Ripper.

JOVEM FOTÓGRAFA VALDA


NOGUEIRA MORRE NO RIO

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