26 Vegetarianos
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Texto Samira Menezes
Fotos (receitas) Paulo Lima | Produção (receitas) Beth Macedo | Fotos Divulgação/ShutterstockDelícias veganas da arretada culinária
baiana traduzem não só a essência da Bahia,
mas as raízes mestiças de um país inteiro
T
radução perfeita da
mestiçagem que o
Brasil carrega nas
veias, a culinária
baiana é tão
envolvente que encanta baianos,
“forasteiros” e até santos. Para
festejar a baianidade, receitas
típicas foram adaptadas e
preparadas pelo chef Rodrigo
Isaias, do restaurante Benedita,
em São Paulo, que também
trouxe detalhes interessantes
sobre essa culinária, como, por
exemplo, a de que ela é dividida
em duas vertentes: a cozinha do
dendê, típica da capital, do litoral
e do recôncavo; e a cozinha
sertaneja, do interior.
Comida de
SANTO
“A cozinha do dendê é
proveniente da mistura entre
portugueses e africanos, já a
cozinha sertaneja conta também
com a influência da cultura
indígena, que trouxe a mandioca
e seus derivados”, contou Rodrigo.
Ainda assim, quando se fala em
comida baiana, é na cozinha da
capital que a maioria pensa. Talvez
por causa da fama do acarajé,
o famoso bolinho de feijão-
-fradinho frito no óleo de dendê e
introduzido na Bahia por escravos.
“Vale ressaltar que os negros,
arrancados de sua terra, não
trouxeram seus ingredientes e
saberes em uma mala”, enfatiza o
chef. Tudo o que os negros sabiame praticavam na África, quando
chegaram ao Brasil, foi transmitido
de geração para outra. E isso
inclui não só a cultura e a religião,
como o candomblé, mas também
e, sobretudo, a culinária, que se
misturou com os ingredientes
locais e aqueles trazidos pelos
portugueses da Europa e da Ásia.
Nesse caldeirão de culturas, mais
do que a criação do acarajé, chama
a atenção na culinária o uso de
certos temperos, entre eles a
pimenta e o polêmico coentro, que
as pessoas amam ou odeiam.
Se você não tem a sorte de
morar na Bahia, agora vai aprender
a preparar em casa algumas das
suas delícias típicas.