Mente Curiosa - Edição 47 (2019-01)

(Antfer) #1
ou se desfazer de pertences, indepen-
dentemente do seu valor real”.
Com sintomas negativos para quem
o possui, o transtorno se apresenta
muito diferente da prática dos colecio-
nadores comuns. Ao tentar jogar suas
coisas fora, os pacientes com TA são
tomados por ansiedade e tristeza. Por
mais irrelevante que o item pareça ser,
cada objeto serve para um determinado
propósito no psicológico dessa pessoa.
As razões são variadas: podem estar
relacionadas a experiências traumáti-
cas, como pobreza extrema, e à perda
de pessoas ou animais próximos. Por
isso, especialistas acreditam que os
acumuladores podem carregar outras
condições psiquiátricas.

RELAÇÕES SOCIAIS AFETADAS
Muito além da desorganização, o
transtorno de acumulação tem gran-
de impacto na vida. “A pes-
soa acometida pela TA está
sob constante pressão interna
para acumular mais e organi-
zar menos. Como
consequência,
as relações sociais
vão ficando fracas
e sem sentido”, ex-
plica o neurologista
Martin Portner. As
pessoas se afas-
tam dos acumula-
dores justamente
porque percebem
neles um interesse
em coisas e não em
relacionamentos.

pessoas considerariam lixo e, em al-
guns casos, o afastamento de famí-
lia e amigos, de acordo com o Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtor-
nos Mentais (DSM-IV), são sintomas de
uma disfunção denominada transtorno
da acumulação (TA).


VIDA EM DESORDEM
Até o registro indicado pelo DSM-IV,
a acumulação era vista como um sinto-
ma do Transtorno Obsessivo Compulsivo
(TOC). Com a versão atualizada, o DSM-
V, os acumuladores ou colecionadores
passaram a ser identificados dentro de
um diagnóstico próprio, o colecionismo.
O principal critério apresentado são “as
dificuldades persistentes de descartar

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