de presente a nova bomba de infusão
de insulina, carinhosamente batizou o
aparelho de Pandinha.
As difi culdades na Índia são
infi nitamente maiores que as nossas,
eles vivem sem ter acesso à insulina
e a luta maior é para sobreviver. Aqui
no Brasil temos inúmeros problemas,
mas pelo menos o governo dispensa
insulina para aqueles que não têm
condições fi nanceiras.
Nós enfrentamos muitas difi culdades
por aqui, como a de garantir o
fornecimento de análogos de ação
rápida para quem tem diabetes.
Essa tem sido uma luta grande
envolvendo sociedade médica,
associações e os próprios pacientes.
Felizmente, conseguimos mostrar
para o governo a importância do
fornecimento dessa insulina para o
tratamento de quem diabetes tipo 1
e que até então não tinha disponível
para os pacientes. Diariamente,
no consultório, me deparo com
realidades diferentes desse grande
Brasil, onde há muitas pessoas
com diabetes que necessitam de
tratamento e enfrentam grandes
difi culdades, mas nada comparado à
terra de Gandhi.NA TERRA DE GANDHI
Desde a abertura do evento na
Índia, com uma apresentação linda
de dança de um grupo de crianças
com diabetes, até o fi nal, foi um
congresso de tocar o coração como
descreveu uma colega minha que
estava frequentando pela primeira
vez o ISPAD.
Durante a dança, uma menina com
diabetes tipo 1 mostrou um olhar
expressivo e um sorriso o qual não
espelhava as dificuldades cotidianas
de quem tem diabetes em um dos
países mais populosos do mundo,
onde a luta para sobrevivência pode
ser maior do que a luta pelo acesso
à insulina.
Ainda na abertura do congresso, me
tocou a história de uma mãe que,
diante das adversidades diárias, além
de ter que lutar para conseguir insuli-
na, batalha diariamente para o acesso
à vida, enfrentando difi culdades de
sobrevivência e ainda tem que convi-
ver com alguém com diabetes.
Pensei em quantas difi culdades meus
pacientes têm para adquirir uma
JOTVMJOB NFMIPS 3FDPSEFJ EP TPSSJTP
da última “pacientezinha” que atendi
antes do congresso, que, ao receberApesar de tudo,
pude ver que a
educação em
diabetes é valorizada
na terra de Gandhi.
Devido à escassez
de recursos, os
profi ssionais de
saúde são obrigados
a serem criativos.Apesar de tudo, pude ver que a
educação em diabetes é valorizada
na Índia. Muitas vezes, devido à
escassez de recursos, os profi ssionais
de saúde são obrigados a serem
criativos. Sendo assim, eles se
esmeram em educar os pacientes em
relação ao diabetes, na tentativa de
minimizar as difi culdades de acesso,
não apenas do medicamento, mas
também de atendimento médico.
Além disso tudo, o ISPAD também
apresentou sessões ricas
de novas tecnologias
que mesclavam o uso
racional da tecnologia e
a implementação dentro
das diferentes realidades
socioeconômicas e a im-
portância de associar a
tecnologia com humani-
zação e o cuidado com
a pessoa com diabetes e
seus familiares.
Sem dúvida, mais uma
vez, voltei totalmente
renovada e cheia de no-
vas ideias desse congres-
so tão importante para
aqueles que cuidam de
pessoas (não de pacien-
tes) com diabetes.
Durante os dias 11 a 14 de outubro, a Índia sediou o 44º Congresso da Sociedade Internacional da Criança e Adolescente com Diabetes Namastê!Fotos: arquivo pessoal/ divulgação
16 ŔMOMENTO DIABETESPapo de Consultório