Momento Diabetes - Edição 14 (2018-12 & 2019-01)

(Antfer) #1

Se faltam números gerais, sobram exemplos reais. É
só observar a mudança de hábitos: crianças brincando
cada vez menos ao ar livre e passando mais tempo em
frente à televisão, ao videogame ou vidrados no ce-
lular. As horas ociosas
no sofá geralmente
são preenchidas
com guloseimas,
salgadinhos in-
dustrializados e
fast foods, que se
transformam
em gordura e
acumulam-se
no corpo por
falta de exercí-
cio físico.
O resultado
nada feliz des-
sa combinação
é acusado pela
balança e pelo
espelho,
além de


de serem revelados nos exames e na qualidade de
vida desses jovenzinhos.
É o que está sentindo na pele a família da dona de
casa S. R. S, de 49 anos, que mora em Blumenau (SC)
e prefere não se identifi car.
Ela é mãe de dois adolescentes, de 17 e 13 anos.
O mais velho recebeu o diagnóstico de diabetes
tipo 2 aos 12 anos, época em que chegou a pesar
100 quilos. Já a caçula não foi diagnosticada com
a doença, mas está num estágio delicado, chamado
pré-diabetes.
Ambos fazem uso de medicamento todo os dias
para reduzir a taxa de açúcar no sangue, mas
enfrentam dois grandes desafios: adotar novos
hábitos de vida e seguir uma alimentação saudável.
“Nós até diminuímos o consumo de salgadinhos
industrializados e frituras, mas eles acabam
comendo fora de casa e aí não consigo controlar.
Além disso, estamos sempre brigando com a balança,
pois os fast foods e as comidas prontas são muito
gostosos e nos fazem sair da dieta em três ou quatro
dias”, diz a mãe, que, assim como o marido, fez a
cirurgia bariátrica, porém ambos continuam obesos.
Depois da operação, o pai está conseguindo manter
o diabetes sob controle e busca praticar atividade
física, estimulando os fi lhos. Porém, o primogênito,
hoje com 17 anos e 1,70 m de altura, já está pesando
160 quilos.
De acordo com a médica do Centro de Diabetes
Curitiba, não existe indicação para cirurgia
bariátrica em menores de 18 anos, pois o
organismo deles ainda está em formação.
“Toda cirurgia bariátrica requer mudanças
de hábitos do paciente para que a perda
de peso aconteça de fato”, afirma. No
caso do filho de S. R. S, a médica
explica que o ideal seria fazer uma
avaliação psicológica e psiquiátrica,
com acompanhamento de atividade
física e nutrição.
Se mesmo depois
disso o jovem não
perder peso e não
conseguir controlar
o diabetes, a
cirurgia poderia
ser indicada. Mas a
médica destaca: “A
cirurgia bariátrica
em pessoas que não
mudam os hábitos de
vida não vai ajudar”.

“Em
40 anos,
a obesidade
entre crianças
e adolescentes
aumentou 10
vezes”.

Imagens: Shutterstock

MOMENTO DIABETES Ŕ 23
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