Momento Diabetes - Edição 14 (2018-12 & 2019-01)

(Antfer) #1

Au au au, ops, desculpa, esqueci
que estava falando com humanos.
Vamos lá, vou compartilhar minha
história com você. Meu nome é Lilo,
sou da raça Yorkshire e tenho 6 anos e
meio, o que equivale a 45 anos e meio
da idade do homem. Sou dócil, lindo
(é o que dizem por aí) e muito esperto.
Há três anos, minha “humãena”
descobriu que eu tinha um tal de
diabetes. No começo, achei que era
um tipo de pulga, mas parece que é
outra coisa, pois eu estava fazendo
muito, mas muiiiiiito xixi mesmo,
bem diferente do sintoma de pulga
que é uma coceirinha. Coitada, dei
um trabalhão para ela, pois não
conseguia segurar, e meu xixi saia
onde quer que eu estivesse.
Atualmente tomo insulina duas
vezes por dia. Ela diz que são seis
unidades de insulina de manhã.


LILO, O CÃO DOCINHO


MOMENTO DIABETES Ŕ 29

Assim que eu acordo e depois bem
de tardezinha ela aplica de novo, mas
dessa vez são cinco unidades. Não
sei porque em vez de tomar insulina
eu não poderia simplesmente roer
mais osso. Muito mais saboroso.
O que importa é que ela é tão
amorosa comigo que nem sinto
as picadinhas e até deito para ela
me aplicar. Mas quando ela vem
querendo furar minha orelha, ah,
aí eu fi co muito nervoso. Poxa vida,
esse negócio dói. Ela diz que precisa
para saber se está tudo certo com
o diabetes, enfi m, ainda bem que
ela só faz isso uma vez por dia ou
quando acha que eu não estou bem.
Mas no geral, minha vida é bem
tranquila. Eu como uma comida
especial bem gostosa, feita para
cães com diabetes. Corro, brinco
e passo no doutor com um nome
estranho, endocrinologista, de três
em três meses.

Parece que a idade chegou mesmo
para mim. Ouvi dizer que essa
doença aí é de cachorro e gato velhos.
Eu me sinto um garotão e como
minhas donas fazem tudo certinho e
me tratam muito bem, ainda tenho
muitos anos de vida e lambidas pela
frente. Au au!!!

Lilo é o amigo de quatro patas da
aposentada Ângela Ribeiro, 65 anos,
São Paulo.

Foto: Arquivo pessoal
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