Momento Diabetes - Edição 14 (2018-12 & 2019-01)

(Antfer) #1
A veterinária Anamaria Vedovato, de São José do Rio
Pardo (SP), sabe bem como a dupla ansiedade e estresse
pode atrapalhar a vida de quem tem diabetes. “É como
ir no supermercado com fome. A gente compra mais
do que precisa e às vezes leva o desnecessário. Se
estou ansiosa, até penso em tudo que tenho que fazer
(medir a glicemia, contar os cabos da refeição e aplicar
insulina), mas estou tão ansiosa que escolho comer
primeiro”, conta Anamaria.
Diagnosticada em 2009, Anamaria sempre teve
problemas com a balança e nunca conseguiu seguir
uma dieta. “Quando eu tinha um dia bem estressante,
saía do trabalho e pensava: ah, hoje eu mereço uma
comida mais gostosa, tipo uma coxinha. E me permitia
comer o salgado. Mas a coxinha não me trazia nenhum
benefício, pelo contrário. Só enganava a fome e me
fazia sentir culpada depois”, diz a jovem de 30 anos.
Conversando com sua nutricionista, Anamaria
descobriu uma estratégia bastante interessante que
poderia aplicar no dia a dia: o mindfulness, que em
inglês signifi ca atenção plena. “O mindfulness é como
um estado ativo de atenção ao momento presente,
em que o indivíduo observa seus pensamentos e
emoções com uma certa distância, sem julgá-los. De
forma mais simplista, podemos descrever o mindful
como uma maneira de ser, de ver e se conectar com os
próprios sentidos”, defi ne a nutricionista e educadora
FNEJBCFUFT5JDJBOF#PWJ(POÎBMF[
Trata-se de uma técnica inspirada na meditação
budista. Ela foi trazida há cerca de três décadas para o
ocidente pelo médico americano Jon Kabat-Zinn, que
a adaptou com foco em saúde. Atualmente, o mindful
tem sido utilizado como ferramenta no tratamento
de diversas doenças, entre elas o diabetes. Aplicada à
alimentação, ela passa a se chamar mindful eating.

A ansiedade no controle
do diabetes é como ir no
supermercado com fome. A gente
compra mais do que precisa e às
vezes leva o desnecessário. Na
hora da refeição, até penso em
medir a glicemia, contar os cabos
da refeição e aplicar insulina, mas
estou tão ansiosa que escolho
comer primeiro”, conta Anamaria
Vedovato, 30 anos, DM1 há nove.

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