Adega - Edição 169 (2019-11)

(Antfer) #1

Edição 169 >> ADEGA 45


Embutidos
Para acompanhar vinhos “campesinos”
(camponeses), é preciso pensar no que
aqueles antigos trabalhadores rurais comiam
na lida diária. Uma das “iguarias” do campo
costumava ser o “chorizo”, o tradicional
enchido de origem espanhola com carne e
gordura, além de temperos, e defumados.
Argentinos e chilenos ainda costumam comer
as chamadas “longanizas”, que partem do
mesmo princípio do chouriço. A questão aqui
é o sabor intenso e o sal, que se equilibram
com o vinho, portanto, pode-se harmonizar
com diversos embutidos e defumados.


Carnes de caça e cordeiro
De novo, o que manda é o sabor intenso.
Faisão, javali, codorna, pato, por exemplo,
têm sabor mais pungente e clamam pela
acidez de vinhos desse estilo. Além disso,
muitas dessas carnes tendem a ser feitas
com preparações que contém muitas ervas
e temperos, o que as tornam ainda mais
saborosas. Outra boa opção, que também
costuma ser feito com preparações intensas,
é o cordeiro. Essa carne suculenta pode ser
domada pelos taninos.


Guisados
Na comida típica da fazenda, sempre havia
guisados (ou cozidos). Esses cozidos de
carne ou de legumes ficam horas no fogo
misturando diversos sabores e temperos, o
que sempre gera um prato contundente e
muito saboroso. Pode ser um mix de carnes
com feijão, lentilha, vagens e outros tantos
ingredientes que estiverem à mão e possam
fazer uma boa combinação na panela. Esses
vinhos ricos em acidez e taninos são capazes
de sustentar esse tipo de receitas com
maestria. Experimente com um cassoulet.

Tortas e empanadas
Tradição na Argentina, uma boa pedida
para acompanhar esses vinhos são as
empanadas, dos mais variados sabores.
Sempre bem temperadas e intensas, elas
são as típicas “tapas” que podem estar
ao lado de um País ou Criolla Chica. O
mesmo vale para as tortas de carne ou
frango. A mistura de ingredientes dentro da
massa, com vegetais e temperos dos mais
diversos, cria um mundo de sabores que se
amalgama com as qualidades desses vinhos
refrescantes.

Churrasco
Os vinhos de País e Criolla Chica são
excelentes companheiros para as carnes na
grelha, a famosa parrillada. Um belo naco
de carne e depois um gole, simples assim.
A acidez do vinho se equilibra com o sal
e os taninos com a gordura. A rusticidade
da bebida ainda casa com o defumado.
Pode-se optar pelos mais variados cortes
de carne (costela, cupim e outras partes
mais gordurosas e de preparo lento
principalmente), assim como acrescentar
legumes e linguiças diversas. Refestele-se
com fartura e refresque-se com o vinho.

Miúdos
Coração, fígado, rins, pulmões, rabo, pés,
língua... Sim, esses cortes ditos menos
nobres, tanto do boi quanto de outros
animais, são sempre intensos de sabor e
geralmente feitos com preparações repletas
de temperos. Aqui os vinhos combinam não
só na questão dos sabores, mas também
nas texturas, pois possuem estrutura para
equilibrar as mais variadas. Seu frescor
ainda ajuda a limpar a boca para uma
próxima garfada. Viu-se diante de uma
rabada, de uma buchada de bode, ou algo
do gênero, experimente com esses vinhos.
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