Você sabia?
as crises de pânico surgem de uma maneira inesperada e sem que o indivíduo consiga
ter total domínio sobre o que passa a sentir. assim, na maioria dos casos, o ataque “toma
conta” da pessoa. Em entrevista ao site Buzzfeed Brasil, o psiquiatra felipe Corchs comentou
que o que caracteriza o transtorno, além dos sintomas típicos, é rapidez com que se dão as
crises. “Elas ocorrem de forma inesperada, é um medo muito intenso que ocorre sem motivo
específico e de forma muito abrupta. não é como se você estivesse em um dia ruim e como o
acumulo do estresse diário tivesse uma crise. Ela vem do nada”, diz felipe.
As crises de
pânico duram,
em média,
40 minutos.
contudo,
assim como
em outros
problemas
mentais,
podem haver
alterações
nesse padrão
Entenda a doença
De uma forma simples, pode-se dizer
que o transtorno do pânico é um problema
com sintomas psicológicos e físicos, que,
em alguns casos, torna-se incapacitante, li-
mitando a pessoa em seu convívio diário
e em atividades sociais e profissionais. “O
portador de transtorno do pânico tem crises
de ansiedade aguda, repentinas e sem causa
aparente, com intensa angústia, medo da
morte e de perda de controle sobre si mesmo,
além de sintomas físicos e outros sintomas
emocionais intensos, simulando um infarto
cardíaco, crescente em intensidade e dura
cerca de 10 a 20 minutos. Essa crise leva o
paciente a procurar um serviço de urgên-
cia”, explica o médico e psicólogo Roberto
Debski. Cabe destacar que, ainda de acordo
com o profissional, esses sintomas o levam
ao desespero e podem impedir que viva sua
rotina normal devido ao medo de desencadear
uma crise aguda.
Quem pode ser vítima?
A síndrome do pânico não é própria de uma
idade específica, ou seja, qualquer pessoa está
sujeita a ser afetada por ela. Para se ter uma
ideia, até mesmo as crianças pode desenvolver
o quadro. “Não é muito comum, mas pode
acontecer devido a alguma situação, como
surpresa da separação dos pais, mudança
de escola, país ou estado. As crianças com
síndrome do pânico começam a ter pavor de
acontecer alguma situação com a qual elas não
consigam lidar”, esclarece a psicóloga Claudia
Melo. Entretanto, ela é mais comum em adultos
jovens, entre os 20 e 30 anos de idade.
Além disso, assim como acontece com
muitos outros transtornos psíquicos, as mu-
lheres são mais afetadas do que os homens:
segundo um estudo epidemiológico brasileiro,
a probabilidade de uma mulher ter transtor-
no de pânico ao longo da vida é de 2,3. Já
no público masculino, essa chance fica em
torno de apenas 1,7.
Quais são os gatilhos
para o distúrbio?
Não é possível selecionar uma causa es-
pecífica para que o transtorno apareça, isto
é, há uma infinidade de razões para isso.
Alguns pesquisadores acreditam que a causa
é genética, enquanto outros apontam que
determinados traumas são os responsáveis
pelo surgimento da síndrome do pânico. O
que se sabe, de fato, é que existe um envol-
vimento complexo dos sistemas cerebrais de
defesa, justamente aqueles que controlam a
sensação de medo. Contudo, os pesquisado-
res não são capazes de indicar o motivo que
faz essa estrutura disparar, o que causa os
sintomas do pânico (conheça os principais
na matéria da página 6).
Apesar de todos os enigmas que envolvem
os gatilhos para a síndrome se desenvolver,
alguns fatores são recorrentes em pessoas
que apresentam síndrome do pânico: ter
parentes que já apresentaram o quadro, uso
de drogas, casos de abuso durante a infância,
situações de estresse acentuado e traumas
durante o nascimento. Em outras palavras,
cada caso é um caso e somente a consulta
com especialistas pode ajudar a identificar
o motivo que levou à doença.
Consultoria Claudia Melo, psicóloga; Felipe Corchs, psiquiatra; Roberto Debski, médico e psicólogo foto GettyPremium.com
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