Veja - Edição 2661 (2019-11-20)

(Antfer) #1
brasil

OS NOMES DO CENTRO
Quem é cogitado como
presidenciável para 2022

RODRIGO MAIA
(DEM)
Seu nome chegou a ser cogitado em
2018, mas o DEM acabou fechando
uma aliança com Alckmin. Após o
protagonismo na aprovação da
reforma da Previdência e de outros
projetos importantes para a economia,
voltou a dizer que pode disputar
a Presidência em 2022

SERGIO MORO
(SEM PARTIDO)
Nunca se assumiu como candidato,
diz que apoia Jair Bolsonaro, mas
tem bastante capital político: segundo
pesquisa VEJA/FSB de outubro,
é o ministro mais popular do governo
e, na eleição, empataria com o atual
presidente e derrotaria Lula,
Haddad e Huck no segundo turno

JOÃO AMOÊDO
(NOVO)
Foi a grande surpresa na eleição de


  1. Mesmo sem poder participar de
    debates na TV, conseguiu terminar em
    quinto lugar, com 2,7 milhões de votos.
    Seu partido, na primeira eleição
    nacional, elegeu um governador
    (Romeu Zema, em Minas Gerais)
    e oito deputados federais


LUCIANO HUCK
(SEM PARTIDO)
Embora não admita que será candidato
em 2022, o apresentador de TV tem
conversado com lideranças partidárias,
participa de movimentos de renovação
política e já era cotado na eleição
presidencial de 2018. Pode se filiar
ao Cidadania, antigo PPS

JOÃO DORIA
(PSDB)
Governador de São Paulo, assumiu o
comando do PSDB depois da derrota
de Geraldo Alckmin em 2018 e é nome
quase certo na disputa ao Palácio do
Planalto. No governo paulista, tem o
apoio de partidos de centro como
DEM, PP e PSD

Política

42 20 de novembro, 2019

rIVal Ciro: tentativa de construir alternativa de centro-esquerda contra o PT

bora o DEM ocupe três ministérios
importantes no governo Bolsonaro
(Casa Civil, Agricultura e Saúde), a
cúpula evita se aproximar do Planal-
to e busca uma alternativa de centro,
dividindo-se, por ora, entre Doria e
Huck ó a candidatura de Maia, ape-
sar do seu desejo, é mais difícil. Na
análise de um dirigente do DEM, a po-
larização chegará esgotada a 2022, a
mesma avaliação feita pelo entorno
de Huck. Em entrevista recente a
VEJA, o ex- presidente Fernando Hen-
rique Cardoso disse considerar forte
a possibilidade de que a população se
canse da gritaria dos extremos ó ain-
da mais em um contexto em que a
eleição está distante três anos.
É difícil avaliar o futuro, mas o ce-
nário que acontece hoje no Brasil é o
mesmo do exterior. O quadro político
mundial da atualidade é de radicali-
zação, como demonstram os grandes
e recentes tumultos de rua no Chile e
na Bolívia. Ou a vitória do kirchneris-
mo na Argentina, com Alberto Fer-
nández ó resultado eleitoral que ani-
ma Lula e a esquerda, que apostam no
chamado “efeito Orloff”, materializa-
do na volta da esquerda ao poder de-

pessoas pobres que ele costuma co-
nhecer durante as gravações. Entre
seus interlocutores políticos estão o
ex-presidente FHC, o ex- governador
Paulo Hartung (ES), o ex- deputado
federal Roberto Freire, presidente do
Cidadania, sigla favorita a receber sua
filiação, e o ex-presidente do Banco
Central Armínio Fraga. A questão é
que ninguém sabe se Huck vai mesmo
arriscar a candidatura. Em 2018, ele
ciscou, ciscou e pulou fora ó justa-
mente em uma eleição em que o elei-
torado queria novidade. Sua cautela,
porém, faz todo o sentido. Jogar-se
numa campanha traz um grau de ex-
posição pública exponencial para o
pretendente e sua família. Qualquer
deslize do passado ganha visibilidade
imediata, gerando crises e trazendo
dores de cabeça. Além disso, Huck te-
rá de abrir mão de todos os seus con-
tratos publicitários e do emprego na
Globo, que lhe rendem, somados, cer-
ca de 30 milhões de reais por ano.
Mas, até aqui, ele está no jogo. Huck
vem demonstrando excelente trânsito
entre os caciques do DEM, como o
próprio Maia e o prefeito de Salvador,
ACM Neto, presidente da sigla. Em-

Sergio moraeS/reUTerS

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