economia conjuntura
66 20 de novembro, 2019
Ilusão Leilão de petróleo da cessão onerosa, no Rio: eram esperados 100 bilhões de reais, mas os gigantes não apareceram
solIdão Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos: poucos amigos
DellíOso, sócio da consultoria PWC
Brasil, conta que os estrangeiros se-
guem por aqui, mas que o otimismo
que começa a ser demonstrado por
empresários brasileiros ainda não os
contaminou. “Ouvimos de nossos co-
legas fora do país que o Brasil voltou a
estar no radar deles”, afirma DellíOso.
“Eles estão de olho nos setores de in-
fraestrutura, principalmente de ener-
gia e transportes. O mais importante
é que, quando os recursos vierem,
sejam destinados ao setor produtivo,
e não à especulação”, conclui.
O que angustia membros da equipe
econômica é que nem tudo depende do
governo. Um dos fatores essenciais
sopesados pelos investidores ao esco-
lher onde aportar está, na verdade, nos
Estados Unidos. Nesta semana, o presi-
dente americano Donald Trump subiu
o tom na guerra comercial que trava
contra a China. Isso prejudica todos os
países emergentes, uma vez que é na
terra de Trump que os investidores
encontram maior segurança em meio
a incertezas. Ainda assim, o “dinheiro
gringo” não costuma desperdiçar
oportunidades. Caso Bolsonaro deixe
de dar caneladas em seus pares, como
no episódio das queimadas na Amazô-
nia, use reuniões como o Fórum Eco-
nômico Mundial para fazer diplomacia
e contenha seus rompantes de fúria, a
vinda desses recursos será facilitada.
Enquanto isso não acontece, segue a
pergunta: cadê os gringos? ƒ
Pilar olivares/reUTers
ChrisTian ClavadeTsCher/World eConomiC ForUm
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