Aero Magazine - Edição 306 (2019-11)

(Antfer) #1
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O caminho mais óbvio é medir a
velocidade com que a aeronave
se desloca através do ar. Todos os
aviões têm um tipo de velocímetro
que funciona usando um método
com longa tradição aeronáutica:
mede-se a pressão do ar sobre
uma membrana, cuja compressão
é mecanicamente transmitida a
um ponteiro que se desloca em
uma escala circular. A membrana
fica dentro de um sistema que
recebe ar por meio de um “tubo de
Pitot” (homenagem a seu inventor
no século 18, o físico francês Henri

Pitot), instaladoumpoucoà frente
da asa e apontadoparao sentido
de deslocamentodaaeronave.
Esse instrumentomostrao que
chamamosde“Velocidadedo
Ar Indicada”(IAS,ouIndicated
Air Speed), umainformação
essencialparao voo,poisestá
ligada diretamenteà forçade
sustentaçãoqueasasasproduzem
para mantero aviãovoando.
Portanto, basta olhar para o
velocímetro e a velocidade de
deslocamento estará apontada
lá, certo? Não exatamente... Na realidade, a densidade do ar
que entra pelo tubo pitot varia
de acordo com a temperatura
e a pressão da atmosfera no
instante da medição. Se entrar
uma frente fria e a temperatura
baixar (com elevação de
pressão ambiente), a indicação
de velocidade será distorcida
para mais. Já em dias quentes,
a indicação de velocidade erra
para menos. O mesmo tipo
de distorção ocorre quando
o avião ganha altitude e a

pressão atmosférica cai.
Diante dessa situação, a
indústria desenvolveu tabelas
de compensação. Nelas, os
valores da “Velocidade do Ar
Indicada” que aparecem no
velocímetro são confrontados
com referências de temperatura
ambiente, pressão atmosférica
e altitude para se obter uma
velocidade do ar “verdadeira”.
Em inglês, ela é chamada
de TA S , ou True Air Speed.
Questão resolvida? Ainda não...

VELOCIDADE VERDADEIRA


TUBO DE PITOT


Tubos de Pitot instalados na asa de um clássico Piper Cub e na
fuselagem de um jato executivo: forma diferente, função igual.

Régua de cálculo manual para compensação das
velocidades do ar (1960) e um indicador eletrônico
moderno, com valores já compensados.

EM QUE


ESTÁ


VOANDO MEU AVIÃO?


Uma pergunta aparentemente despretensiosa,
com uma resposta pouco óbvia
POR | NVTEC TREINAMENTOS*, ESPECIAL PARA AERO MAGAZINE

A


indústria aeronáutica tem entre
seus principais objetivos a busca
por velocidades cada vez maio-
res. Afinal, o tempo economi-
zado em uma viagem pode ser
aproveitado em outras atividades, mais pro-
dutivas ou prazerosas. Mas, na hora de medir

quão rápido sua máquina voa, muitos ficam
na dúvida em relação ao método a utilizar.
Nos veículos terrestres, é fácil. Basta contar o
número de voltas da roda em um determina-
do espaço de tempo e transformar esse valor
em unidade de distância por tempo. No caso
de uma aeronave, o desafio é um pouco maior.

AEROAULA

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