Aero Magazine - Edição 306 (2019-11)

(Antfer) #1
MAGAZINE 306 | 13

Hámaisvariáveisnessaconta.Amassa
deardentrodaquala aeronavevoa
tambémsedesloca:é o quetodos
chamamosde“vento”.Imaginequeo ar
estejasedeslocandoa 50quilômetros
porhoraemrelaçãoaosolo,nomesmo
sentidoe direçãodovoo(ventode
cauda).Essavelocidadeirásesomar
à velocidadededeslocamentoda
aeronaveemrelaçãoà massadear.Caso
o arestejasedeslocandoemsentido
contrário(ventodeproa),osvaloresse
subtraem.

Ouseja,o valorquevemoscomoTAS
novelocímetro(mesmocorrigidopela
tabeladecompensação)continuaa ser
imprecisoparaobtera velocidadeefetiva
dedeslocamentodaaeronaveemrelação
aosolo(GroundSpeed).Pordécadas,
esseefeitodificultouoscálculosde
navegação:oshoráriosdechegada
queospilotoscalculavameramapenas
“estimados”,e tinhamdesercorrigidos
à medidaemqueo aviãopassavapor
pontosdereferêncianotrajeto(oque
nemsempreerapossíveldeserfeito).

Nessecaso,porém,o comportamento
daaeronave,tantomecânicacomo
aerodinamicamente,ficamascarado.Umavião
lentopodesebeneficiardeventosfortesna
direçãodesua
rota,aparentando
altavelocidade
emrelaçãoaosolo
(GroundSpeed),
mascruzandoem
velocidademuito
maisbaixaem
relaçãoaoarà sua
volta.Ocontrário
tambémacontece.

paraestimarasvelocidadesTASe atéa IAS.
Paraessecálculo,háumatécnica:estabeleça
umvooniveladonoregimedecruzeiroque
desejar.Depois,anotea velocidadequeseu
aparelhoRNAVindica(podeserusadotambém
umGPSportátildeboaqualidade).Mantendo
a altitude,façamaistrêsmediçõescomproas
defasadasem 90 graus.Ouseja,quatro
medições,develocidadecomquatroproas
defasadasem 90 graus,peloaparelhoRNAV.A
médiaentreasquatroseráumaboaestimativa
dasuavelocidadeTAS.Compensandoa altitude,
pressãoatmosféricae temperaturatambémé
possívelestimarumaIASaproximada.

Porqueentãoasfichastécnicasdosaviõesa jato
indicamvelocidadesemnúmerosMach,emvez
demilhas,nósouquilômetrosporhora?Arazão
tema vercoma mudançaradicalqueocorreno
comportamentoaerodinâmicodosaviõesquando
elesseaproximamdavelocidadedosom.Masisso
é assuntoparaoutraAeroaula.

MASSADEAR


MEDIÇÃO
DE DISTÂNCIA
Nos anos 1960, surgiu uma
tecnologia que resolveu
parcialmente o dilema da medição
da velocidade. Era o DME (Distance
Measuring Equipment). Equipamentos
a bordo emitiam sinais para antenas
de rádio no solo, que respondiam de
imediato. Ao receber a resposta, o DME
a bordo fazia cálculos do tempo para o
sinal ir e voltar (na velocidade da luz).
Com isso, tornou-se possível medir a


distância da aeronave em relação ao
equipamento de solo e também sua
velocidade. Mas essa velocidade só era
exata se o deslocamento da aeronave
fosse em linha reta na direção da antena
no solo (aproximando ou afastando).
O DME foi utilizado como balizador de
aerovias por muitos anos. Alguns ainda
permanecem em operação. Mas ainda
faltava precisão em muitas situações.

GPS E TAS


VELOCIDADE
DO SOM E MACH

* Desde o ano 2000, a Nvtec Treinamentos ministra cursos
livres e presta consultoria aeronáutica em diferentes áreas,
tendo coordenado a criação do curso de aviação civil na
Universidade Anhembi Morumbi e ministrado curso de
CNS-ATM para técnicos e engenheiros da Embraer, além
dar aulas sobre diferentes aeronaves da aviação geral.

RNAVESATÉLITES


Enfim, nos anos 1990, o advento da navegação por
satélites fez surgir o mais preciso e utilizado método
de medição de velocidade em relação ao solo. Por
meio de triangulações de sinais, um equipamento
a bordo chamado RNAV (Navegação Aérea)
vai medindo as distâncias em relação
aos satélites “visíveis” do sistema de
navegação escolhido. Hoje, há dois
sistemas certificados pela ICAO em
operação: o GPS dos Estado Unidos e
o GLONASS da Rússia. Essa medição
frenética calcula com precisão a
velocidade em relação ao solo e até a
altitude do avião, o que permite estimar
os horários exatos de passagem pelos
pontos de referência da rota e também o
tempo que falta para a chegada ao destino.
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