Aero Magazine - Edição 306 (2019-11)

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AERO RESPONDE


M


uitos passageiros,
principalmente os
que têm agendas
profissionais
muito complica-
das, aproveitam para fazer suas
refeições durante o voo, dedicando
seu tempo “livre” ao trabalho. Pais
e mães que voam com crianças a
bordo também se valem da estra-
tégia de entretê-las com gulosei-
mas, o que inclui biscoitos, doces,
chocolates e balas. Mas, quando
falamos de comida a bordo, alguns
cuidados devem ser tomados.
Aviões maiores possuem espa-
ço e compartimentos suficientes
para o correto armazenamento
e até a preparação de verdadei-
ros banquetes. Mas não existem
geladeiras ou freezers a bordo!
Assim, as caixas térmicas capazes
de serem geladas com a colocação
manual de gelo são eficazes no
início dos voos, só que dificilmen-
te manterão sua capacidade de
refrigeração por longa duração.

QUE CO M I DA S


POSSO TER A BORDO?


Já em aeronaves menores os
passageiros acabam adaptando
recipientes portáteis, normalmen-
te trazidos de casa ou que já estão
previamente na aeronave. Há
também a opção de “comissarias”
preparadas em pequenas bandejas
que são facilmente armazena-
das a bordo sem incomodar os
passageiros.
Porém, é importante saber
que, independentemente do
tamanho da aeronave, há itens que
não são recomendáveis em aviões
e helicópteros, principalmente em
função das condições atmosféri-
cas de quando a aeronave estiver
parada entre os voos.
Imagine um avião que voe
para um local de calor intenso e
fique parado sob a incidência do
sol. Essa condição não é difícil de
ocorrer. De maneira até corriquei-
ra, acontece com aeronaves de São
Paulo que passam o dia no Rio de
Janeiro, Belo Horizonte ou Brasí-
lia, por exemplo, e voltam poste-

riormente à cidade de origem.
O calor intenso do sol inci-
dindo diretamente na aeronave
fechada fará com que sua cabine
se torne um verdadeiro forno e,
consequentemente, tudo o que
estiver a bordo sofrerá as conse-
quências. Por esse motivo, não é
recomendável ter a bordo itens
como chocolates, frutas, comi-
das frescas, embutidos e bebidas
lácteas, que poderão estragar com
a condição.

CARPETE NOVO
Além disso, imaginem um
chocolate derretendo sob o calor
dentro de uma aeronave, poden-
do sujar todo o seu interior e cor-
rendo o risco de termos manchas
que não sairão mais. Há casos de
troca de carpete após uma caixa
de suco de uva explodir com o
calor e sujar tudo ao seu redor.
Do mesmo modo, quando ti-
vermos uma aeronave parada em
condições de frio abaixo de zero
(condição rara, mas não impos-
sível de acontecer no Brasil), os
líquidos sofrerão mais e o possível
congelamento poderá fazer com
que recipientes se quebrem
sem que o passageiro ou piloto
vejam previamente. E novamente
corremos os riscos de ter sujeira e
manchas a bordo.
Na prática, tudo o que for
colocado dentro de uma aeronave
tem de ser minimamente pensado
para suportar as condições a
que estarão sujeitas enquanto a
aeronave estiver parada. Pensando
na limpeza ou na conservação
do interior, vale também evitar
comer a bordo alimentos que
podem provocar “acidentes”,
com um hambúrguer com muita
maionese, e ações como descascar
uma manga.

É importante pensar no que vai deixar no
interior de uma aeronave durante o voo e
parado em um pátio e como fará isso

O interior do
avião pode ser
submetido a
temperaturas
extremas,
afetando
alimentos
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