Aero Magazine - Edição 306 (2019-11)

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MAGAZINE 306 | (^45)


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eivindicação antiga
dos pilotos de heli-
cópteros, o Departa-
mento de Controle de
Tráfego Aéreo acaba
de publicar dois procedimentos
Point-in-Space, ou apenas PinS,
no litoral entre Rio de Janeiro e
São Paulo. Um ponto de chega-
da fica próximo à base aérea de
Santos, na Baixada Santista, e o
outro está localizado no aero-
porto de Angra dos Reis, na orla
fluminense.
Os procedimentos PinS
permitem a transição de
voo visual-instrumento ou
instrumento-visual em regiões
sem cobertura de aeroportos
aptos a operar em condições
meteorológicas adversas. Com
esse suporte de navegação, os
pilotos podem comandar com
mais segurança suas aeronaves
rumo ao litoral, especialmente
Angra dos Reis e Guarujá.


“Depois de muitos anos,
conseguimos uma importante
melhoria nas condições operacio-
nais dos helicópteros na região,
principalmente com tempo ruim,
incrementando exponencialmente
a segurança de voo”, comemora o
comandante Thales Pereira, pre-
sidente da Associação dos Pilotos
de Helicópteros. A Abraphe vinha
há anos trabalhando nesse projeto
de PinS junto à Força Aérea
Brasileira via Decea e SRPV-SP.

DENTRO DAS NUVENS
O formato como os procedimentos
foram desenvolvidos garante uma
aproximação segura para as aero-
naves, principalmente na transição
da saída de dentro das nuvens
para se ter contato visual com o
terreno. Caso não seja possível esse
contato ao final do procedimento,
há prevista uma arremetida segura
para que a aeronave prossiga para
alguma alternativa.

Como o procedimento tem
como objetivo a transição do
voo instrumento para o visual e
vice-versa, se em qualquer ponto
de sua trajetória o piloto conseguir
contato visual com o solo, poderá
abandoná-lo e seguir para o desti-
no em segurança. Também estão
previstos procedimentos para
decolagem e subida das aeronaves
que encontrarem tempo ruim.
É mandatório que aeronaves
e pilotos sejam habilitados para
procedimentos GNSS-RNAV para
cumprirem os requisitos técnicos
exigidos. Somente helicópteros
poderão efetuar os procedimentos
pela baixa amplitude de suas cur-
vas e também baixa velocidade.
Segundo a Abraphe, que congrega
cerca de dois mil pilotos, esse é um
avanço para toda a comunidade
e a expectativa agora é que novos
procedimentos PinS sejam criados
em outras regiões com grande
incidência de tempo ruim.

Procedimentos
PinS: um próximo
à base aérea de
Santos e outro em
Angra dos Reis
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