Aero Magazine - Edição 306 (2019-11)

(Antfer) #1

MAGAZINE 306 | (^55)
contraído, apesar do cansaço.
Falo com alguns executivos
sobre a derrocada da Avianca,
a saída da Azul da Abear, as
acusações da Passaredo contra
a Azul de assédio a pilotos e os
slots de Congonhas. Parece claro
que nessa briga por espaço no
aeroporto mais movimentado
da aviação doméstica brasilei-
ra feridas ficaram abertas. Há
quem acredite que a situação
pode acirrar a concorrência com
a consequente queda de tarifas,
abrindo caminho para a promes-
sa do ministro de expansão de
mercado. Pousamos e, depois de
pegar o ônibus em Viracopos,
estou de volta a São Paulo, tarde
da noite.
dos bombeiros. Então, se o país
investir, garanto o retorno. Falei
para o ministro: ‘Se construir, eu
vou encher os aeroportos’. Vamos
continuar crescendo”.
DESAFIO ÀS LOW COSTS
Por fim, quero saber se a Azul não
teme a concorrência das empresas
de baixo custo e ultrabaixo custo
que estão chegando. “Acho que
existe espaço no mercado. Mas o
Brasil é diferente, requer muito
investimento. Fizemos isso duran-
te dez anos e com um time que
já tinha feito isso em outro país.
Por isso acho que será difícil para
novas empresas, principalmente se
algumas leis, algumas condições,
não mudarem [ele se refere a ques-
tões como ‘judicialização’]”.
Já à noite, embarcamos no
E2 ali mesmo para o retorno à
Campinas. A Azul é o cliente de
lançamento da aeronave em todo
mundo, com um pedido para 51
aviões de nova geração. Para Da-
vid Neeleman, o novo avião com
motores mais eficientes se encaixa
bem no portfólio de aeronaves
de sua frota. “Em algumas rotas
o Airbus A320 é muito grande
e o Embraer 195 [de primeira
geração] muito caro [em termos
operacionais] e Embraer 195-E2
pode viabilizar esses voos”.
O voo de volta é mais des-
do mundo. Seremos o terceiro, em
breve”. Encerrada a cerimônia, os
executivos da Azul e as autoridades
presentes quebram uma garrafa de
vinho espumante no nariz do avião,
como manda a tradição. Depois,
visitam o interior da aeronave.
PAPO COM JOHN
Com a tarde caindo, aproximo-
-me de John Rodgerson para uma
entrevista exclusiva. Pergunto
se ele não teme que aconteça
com sua companhia o que houve
com outras empresas no Brasil.
“Somos diferentes. Já abrimos
100 cidades nos últimos 10 anos e
vamos chegar a 150 destinos nos
próximos cinco anos. O Brasil é
grande e oferece oportunidades.
E o país está crescendo de novo,
temos de aproveitar este mo-
mento. Já investimos mais de 1,4
bilhão de dólares e vamos investir
mais seis bilhões de reais ao ano
nos próximos dois ou três anos.
Além disso, somos capitalizados,
com uma frota diferenciada,
incluindo ATR, Embraer, A320 e
A330. O importante nesse negó-
cio é investir e se capitalizar”.
Pergunto como ele preten-
de expandir. “Uma coisa boa
sobre o regime militar do Brasil
é que foram construídas muitas
pistas. O que falta são terminais,
máquinas de raio-X e caminhão
Ministros Tarcísio
Freitas e Onyx
Lorenzoni com o
CEO da Azul John
Rodgerson. Abaixo,
os pilotos do voo
9296 Lucas Pires e
Guilherme Rochi no
cockpit do E195-E2

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