Aero Magazine - Edição 306 (2019-11)

(Antfer) #1

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D


ia nublado. Vento
sudoeste predomi-
nante. Apresenta
intensidade mo-
derada, chegando
a 13 nós. Temos temperatura
de 22 graus Celsius (ISA + 12)
e pressão atmosférica de 1.018
hectopascais (hPa). O voo está
marcado para as três da tarde,
com saída do aeroporto de Con-
gonhas, em São Paulo, apenas
para convidados, incluindo
executivos das empresas
Latam e Gol.
Voaremos a bordo do novo
E195-E2, a maior aeronave civil
já produzida pela Embraer. O
jato que conheceremos em ação
é o protótipo apelidado de “Lion
Tech”, prefixo PR-ZIQ, com uma
exuberante pintura que mescla

as feições de um leão com os
circuitos de tráfego de dados de
placas de microcomputadores
sobre um fundo preto.
Ao me deparar com o avião,
permaneço imóvel por alguns
segundos, sem respirar nem
piscar. Confesso que subestimei
o impactado de olhar de perto a
aeronave pela primeira vez, mes-
mo depois de mais de 20 anos de
experiência como profissional de
aviação (ou talvez por isso). Já vi
inúmeras aeronaves, de todos os
tipos, modelos e tamanhos, mas
hoje sinto algo diferente.

CADEIA ALIMENTAR
Observando os traços do rei da
selva no nariz do novo avião,
lembro-me de outros protótipos
da segunda geração da família

E-Jet, cada um deles reprodu-
zindo a imagem de um animal
que está no topo de sua cadeia
alimentar – além do leão, há o
tubarão, a águia e o tigre asiático.
O intuito parece óbvio, transmi-
tir a ideia de que o novo avião é
superior aos demais em seu nicho
de mercado.
A frase estampada na fusela-
gem da aeronave, com os dizeres
“Profit Hunter” (ou “Caçador de
Lucros”, em tradução livre para
a língua portuguesa), reforça a
mensagem de que o baixo custo
operacional obtido primordial-
mente pela remotorização torna o
novo modelo um tanto competiti-
vo, sobretudo diante da eficiência
que promete.
O bimotor chama a atenção
por onde passa não só pelos 41
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