Aero Magazine - Edição 306 (2019-11)

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TwoFlex, há mais de cinco meses a
empresa vinha buscando reali-
zar o projeto da Ponte Aérea da
Barra. Tão logo houve a liberação
da Anac dos slots da Avianca em
Congonhas e a recente autorização
para Jacarepaguá realizar voos
comerciais, a empresa, que possui
18 aeronaves Cessna Gran Cara-
van na sua frota, iniciou a venda
de passagens utilizando a página
da Gol na internet. A plataforma
de comercialização apresenta seis
frequências diárias, de segunda
a sexta, com três saídas do Rio
(06h00, 10h50 e 17h10) e três de
São Paulo (07h45, 12h50 e 19h00),
em média com uma hora e 15
minutos de duração. Rui Aquino
garante que a parceria com a Gol
não se estende à possibilidade de
compartilhamento de voo. “Até
porque, o objetivo da TwoFlex é
oferecer um serviço diferenciado”,
explica o executivo.
Os planos da companhia são
ambiciosos. “A ideia é ocupar
50% dos assentos nos primeiros
dois meses e chegar a 80% após o
primeiro semestre de operação”.

Questionado sobre a possibilidade
de uma demanda além da oferta
de assentos (por determinação da
Anac, o Gran Caravan só pode
transportar nove passageiros,
enquanto na Europa a aeronave
está liberada para preencher 12
lugares), o executivo confirma
a possibilidade de utilização de
aeronaves maiores e que possam
operar na pista de Jacarepaguá.
“O Twin Otter é uma excelente
alternativa, uma vez que opera em
pistas até menores no Caribe com
uma versão de 19 lugares... quem
sabe?”, sugere Aquino, deixando
no ar a possibilidade de entrada
no mercado brasileiro do modelo
fabricado pela empresa canadense
Viking Air, que pertence ao grupo
de investimentos Longview Avia-
tion Capital, o mesmo responsável
pela absorção do programa Dash
8 da Bombardier e do nome de
Havilland Canada.
Além da dimensão da pista,
um dos seus principais problemas
de Jacarepaguá é a sua limitação
operacional VFR. Assim, se o
aeródromo apresentar restrições

de teto ou visibilidade, passando
a operar abaixo dos mínimos me-
teorológicos, Aquino sinaliza com
seu plano de contingência. “Caso a
aeronave saia de Congonhas e Ja-
carepaguá esteja com tempo ruim,
nossa alternativa será o Galeão
e de lá faremos o transporte terres-
tre dos passageiros até o destino
final previsto”, informa.
Apostando na aviação sub-
-regional, a TwoFlex pretende
atender a destinos praticamen-
te refratários para as demais
empresas de aviação. Sediada
em Jundiaí, no interior de São
Paulo, a empresa iniciou e
consolidou suas atividades em
Minas Gerais. Em pouco mais
de um ano de operação, foram
pelo menos 11 mil passagens
vendidas e quatro mil voos
realizados, segundo a empresa.
Atualmente, a taxa média de
ocupação dos seus voos beira
os 50%.
De acordo com a Anac, a
chamada “operação comple-
mentar” (operação de transporte
aéreo regular de passageiros
entre cidades de menor porte e
grandes cidades) prevê voos em
pelo menos uma rota entre dois
ou mais aeródromos regulares,
conforme horários de voo torna-
dos públicos, com uma frequência
semanal total de pelo menos dois
circuitos fechados. É nisso que
aposta a TwoFlex. “Já estamos em
oito estados brasileiros, atenden-
do a mais de 40 cidades. Há um
grande mercado a ser atendido na
aviação sub-regional e, em breve,
poderemos operar a partir de
Jacarepaguá para Angra dos Reis e
Macaé, dois destinos fluminenses”,
antecipa Rui Aquino.
Durante o voo, questionado

Embora seja mais
demorado do que
a ponta aérea
tradicional, voo entre
a Barra da Tijuca e
Congonhas garante
ganho de tempo ao
evitar trânsito no Rio

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