Mediunidade Perguntas e Respost - Odilon Fernandes

(Fernando Jose) #1

Deve o médium comunicar às pessoas tudo quanto vê, tudo quanto


ouve, enfim, tudo quanto perceba em seu contato com os espíritos?


R—É evidente que não.
O discernimento é atributo indispensável à mediu- nidade, e o médium
destituído de bom senso acaba sendo mais prejudicial do que útil à Doutrina.
Tudo que médium perceba, em seu contato com os espíritos, deve ser
submetido ao crivo da razão e, em muitas ocasiões, o silêncio é a melhor atitude a
ser tomada por ele.
O medianeiro que vive falando de suas experiências com os espíritos não
merece a credibilidade que reclama. O médium idôneo é sempre discreto em suas
atuações; quando intervém mediunicamente, o faz com a cautela necessária, jamais
procurando prevalecer-se de sua condição de médium.
A clarividência é uma das faculdades mediúnicas mais suscetíveis de equívocos;
pode ser que, de momento, o próprio médium não saiba interpretar o que veja... O
medianeiro afoito, repetimos, pode inclusive, criar certas fantasias nas mentes
invigilantes e ingênuas, induzindo-as a certos processos obsessivos, quando não a
traumas e receios injustificáveis...
' Em mediunidade, o que primeiro se precisa aprender é a técnica de “separar o
joio do trigo"; o médium que não sabe fazê-lo, ao invés de instrumento da luz, pode
trans- formar-se em instrumento das trevas... Por isto, uma vez mais, valemo-nos
do ensejo para enfatizar a necessidade do estudo da Doutrina Espírita.
Os Espíritos Superiores têm mais o que fazer do que, a toda hora, estar se
mostrando à vidência deste ou daquele médium ou lhe falando aos ouvidos...
Por vezes, há mais médiuns na vida dos espíritos do que espíritos na vida dos
médiuns.


A mediunidade deve prestar-se à revelações concernentes à vida


pregressa de alguém?


R — Não.
Aprincípio, nenhum médium, por si mesmo, tem poder de acesso aos arquivos da
vida pretérita de quem quer que seja.
As revelações que se referem ao passado, quando acontecem, acontecem
espontaneamente através de seus próprios personagens, na trama que lhes diz
respeito.
Na maioria das vezes, o medianeiro inclinado a vasculhar a vida anterior dos
outros não consegue identificar com clareza nem as experiências vivenciadas por
ele em tempos recuados.
Não nos posicionamos contra a técnica da regressão de memória, com
finalidade terapêutica, desde que indicada corretamente e conduzida com
responsabilidade, todavia acreditamos que o esquecimento do passado seja, depois
da reencamação, uma das maiores bênçãos para o espírito, o qual, caso contrário,
não conseguiria avançar na direção do íuturo.

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