Mediunidade Perguntas e Respost - Odilon Fernandes

(Fernando Jose) #1

Os espíritos não podem ocupar todo o tempo do médium que, além de suas
obrigações para com eles, tem as suas obrigações para com os homens.
Os cristãos dos tempos apostólicos trabalhavam durante o dia e, à noite, se
consagravam ao ministério do Evangelho, sem que, por outro lado, nada os
impedisse do testemunho da fé na atividade profissional a que se consagravam, no
honesto desempenho de suas íunções.
O profissionalismo religioso espírita em suas múltiplas formas de
manifestar-se deve, sim, ser combatido, para que o Espiritismo não incorra no
mesmo erro de tantas outras crenças que remuneram os seus pastores,
contradizendo o “dai de graça o que de graça recebestes” da inesquecível
advertência do Senhor aos seus seguidores.
E, depois, o homem que bem souber administrar o tempo à sua disposição,
sempre encontrará recursos para que atenda aos seus compromissos de ordem
material e para que não se omita em seus deveres espirituais. Os que fogem à
mediunidade, alegando falta de tempo para que à ela se consagrem, demonstram o
seu diminuto interesse para com as coisas do espírito e, até certo ponto, a sua
revolta contra Deus que, segundo imaginam, deveria sustentá-los para eles O
servirem no mundo.
Antes de ser médium, o médium deve ser espírita em tudo quanto faça,
inclusive no trabalho em que é chamado a vivenciar a mensagem que apregoa.


De que maneira comportar-se o médium diante da incredulidade


alheia?


R—Perseverando no cumprimento do dever que lhe compete. Se se duvida até


da existência de Deus, o médium não deve esperar que a existência dos espíritos
não seja posta em dúvida...
O importante é que o médium confie no que esteja fazendo e ele mesmo não
duvide do intercâmbio que entretém com o Mundo Espiritual.
Muitos medianeiros desejariam a unanimidade de opiniões a respeito do
trabalho que desenvolvem, todavia devem reconhecer que, a seu tempo, Jesus
Cristo também foi colocado à prova e que até os seus seguidores mais diretos,
inúmeras vezes, questionaram a autenticidade de sua missão.
O médium, pois, não deve sentir-se pessoalmente desprestigiado quando, inclusive,
companheiros de mais perto não lhe depositem a confiança necessária... Que, em
silêncio, sem efetuar-lhes cobrança de qualquer espécie, continue a servir,
convicto de que somente através da constância no bem — o aval de suas convicções
mais íntimas — é que logrará modificar-lhes o pensamento, induzindo- os a refletir
que, de fato, ninguém consegue enganar a outrem o tempo todo...
O médium que recua ante a incredulidade alheia e, por vezes, até dos seus
próprios familiares, de uma forma ou de outra, está dando-lhes razáo, porquanto a
fé é para ser justamente demonstrada quando surgem os obstáculos.
Não nos esqueçamos ainda de mencionar que, segundo as narrativas

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