Mediunidade Perguntas e Respost - Odilon Fernandes

(Fernando Jose) #1

desconcentrar-se, dificultando a sintonia com as entidades comunicantes.
Na maioria das vezes, os médiuns psicógrafos ditos mecânicos, ou
inconscientes, é que escrevem de olhos fechados, devido à maior profundidade do
transe a que se entregam, mas, de maneira geral, não há necessidade, por exemplo,
de que o médium escreva no escuro ou na penumbra, sob a luz desta ou daquela cor
e nem mesmo apoiando a fronte sobre uma das mãos...
Muitos medianeiros fecham os olhos para escrever ou os mantém abertos sob a
mão que os oculta, apoiando a fronte, apenas com o propósito de impressionar ou
de manter uma postura mística que, sinceramente, não tem nenhuma razão de ser.
Não serão eles nem menos nem mais médiuns, porque declaradamente escrevam de
olhos abertos ou fechados.
Infelizmente, o Espiritismo ainda está repleto de posturas místicas—e esta é
uma delas! — que muitos medianeiros fazem questão de sustentar, certamente
objetivando tirar algum tipo de proveito pessoal.


É certo pensar que cada médium lenha as suas caracleríslicas?


R — Correto. O mesmo espírito, através de médiuns diferentes, embora


mantendo o teor de suas ideias, pode apresentar-se com estilo diferente, levando
o pesquisador mais afoito a concluir que se trata de mistificação.
O espírito se expressa pelo vocabulário do médium, utilizando os seus recursos
gramaticais para escrever e até mesmo, digamos, os seus vícios de linguagem... Não
há como ser diferente..
Dificilmente, por exemplo, o espírito, pelo médium, consegue reproduzir a sua
caligrafia, servir-se de expressões que lhe eram habituais, impor, enfim, o seu
estilo ao estilo do médium. Eis uma das dificuldades de um comunicado de
Além-Túmulo—quanto à forma, o espírito está sempre submetido ao medianeiro.
Nenhum médium deve preocupar-se em copiar o es- tilo de outro. Cada qual,
escrevendo, falando ou agindo deve procurar ser ele mesmo, cultivando as suas
próprias características, dentro das quais melhor conseguirá desempenhar o seu
papel.
A clarividência, por exemplo, não se manifesta da mesma forma em dois
médiuns diferentes... O modo de psicografar de um não será idêntico ao de outro...
A incorporação por um médium terá certas peculiaridades que a distinguirão das
demais psicofonias...
Em mediunidade, a forma não interessa, nem mesmo o estilo deste ou daquele
espírito que, a rigor, pode ser plagiado; em mediunidade, o que interessa é o
conteúdo, a essência, porquanto é pelo pensamento que o espírito se identifica...
Os estilos podem variar, mas o pensamento não se contradiz!
É evidente que, na identificação do espírito, a análise do seu estilo é
importante, mas não se pode também deixar de levar em consideração o estilo do
médium.

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