Sabor Club - Edição 35 (2019-12)

(Antfer) #1

48 | Sabor. club [ ed. 35 ]


“Às vezes o dinheiro aparecia e tinha até camarão com chuchu. Ninguém
mais serve isso. Mas eu vou fazer para a minha mãe, que está no fim de vida.
Estou falando pela primeira vez desse restaurante, mais um sonho que vou
realizar”. Tudo, inicialmente, graças ao bolinho de feijoada, que foi fazer
sucesso até na França, em inesperada harmonização no Toques et Clochers, em
Limoux, um dos maiores eventos de vinho do país. Convidada, Kátia levou sua
equipe e preparou 21 mil bolinhos para os franceses. “A gente chegava num
restaurante base às 7 da matina, junto com o padeiro, e começava a cozinhar
feijão nos panelões”, lembra.

Mas nada ocorreu de um dia para o outro. A saga do bolinho de feijoada
começou em 2008, durante ‘baratona’ por botecos mineiros. Foram 11 no
mesmo dia, ao lado de amigos como Kadu Tomé, dono do Bar Bracarense, e o
economista Guilherme Studart, autor do Guia Rio Botequim.
“No último botequim havia um bolinho de feijão. Lembrei do ‘capitão’,
que meu pai fazia amassando na mão o feijão com arroz e farinha. Pedi e me
decepcionei, era um acarajé.” Mas a ideia grudou na cabeça até surgir a forma
final da massa, com o recheio de couve e bacon, e as guarnições: torresmo,
fatia de laranja e uma dose de batida de limão.
“O Aconchego era apenas um barzinho que todos curtiam, mas depois do
bolinho mudou tudo. Novas perspectivas se abriram e resolvi me dedicar à
gastronomia.” Enfim, devemos muito ao tal do bolinho.

Aconchego Carioca – R. Barão de Iguatemi, 245, Praça da Bandeira,
Rio de Janeiro – RJ. Tel.: (21) 2273-1035

Vem aí restaurante com o nome da mãe e os pratos que
ela fazia. “Às vezes o dinheiro aparecia e tinha até camarão
com chuchu. Ninguém mais serve isso”

Com o amigo Claude Troisgros: ele a fez chorar quando
se encantou com a comida dela: “É mesmo bom para c...”
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