Sabor Club - Edição 35 (2019-12)

(Antfer) #1
INGREDIENTES
500g de penne
ou parafuso
3 tomates em cubos
1 cebola grande em
cubos
200g de queijo
muçarela em cubos
1 colher (sopa)
de orégano
1 colher (chá) de
sal e pimenta
calabresa seca
300g de maionese
50g de queijo
parmesão ralado
PREPARO
Cozinhe o macarrão
Temperaer os
tomates, a cebola
e o queijo muçarela
com orégano, sal,
pimenta e misture
tudo com
a maionese
Com a massa cozida,
coloque num
refratário e despeje
a mistura com a
maionese por cima
Envolver a massa no
molho com bastante
cuidado
Salpique queijo
ralado por cima
de tudo
Leve ao forno para
gratinar e derreter
a muçarela

banquinho para alcançar a boca do fogão da
fazenda da família e que inventava receitas de
bolos e doces. Aos 20 anos, por intermédio de
um amigo da família, inaugurou uma coluna de
receitas no jornal Tribuna de Santos. Quando
uma emissora local, a TV Santos, decidiu
lançar um programa pioneiro de culinária, em
1958, seu nome surgiu naturalmente como a
apresentadora ideal. Era a primeira atração do
gênero na televisão nacional.
Naquele mesmo ano, mudou-se para
a TV Tupi, onde fez fama, comandando o
segmento de cozinha do Revista Feminina,
primeiro programa brasileiro
voltado exclusivamente
às mulheres. Em 1968,
ao transferir-se para a
rede Bandeirantes, ganhou
seu programa próprio: A
Cozinha Maravilhosa de
Ofélia. Uma legítima grife
nascia ali, com o lançamento
de diversos livros de receitas
e, nas décadas subsequentes,
coleções temáticas de home
vídeos. Foram 14 volumes, todos
best-sellers. No auge do sucesso, a
apresentadora recebia cerca de 20 mil cartas
por semana, com dúvidas, sugestões e
pedidos de receitas.
O segredo de Ofélia era não ter segredos.
“Se você cozinha gostando de cozinhar,
certamente será capaz de fazer um prato
saboroso. E se tiver por perto alguém que
goste de ensinar a cozinhar, como eu gosto,
então não haverá nenhum problema”,
costumava dizer. Sempre baseada na
cozinha trivial, para o dia a dia, percorria a
cultura culinária de todo o mundo. Tinha
predileção pelos pratos tradicionais italianos
e portugueses, mas os clássicos brazucas
eram seu forte. Para ela, a cozinha nacional


era a mais rica do mundo. Orgulhava-se de
nunca repetir receitas no ar. Garantia testar
previamente todos os pratos apresentados.
Seu inegável carisma permitiu que A Cozinha
Maravilhosa atravessasse décadas seguindo
o mesmo estilo. Incorporava novidades
tecnológicas e influências variadas, refletindo
a evolução da gastronomia local. Diversificou
sua atuação, fazendo programas especiais
dedicados a pratos light e a receitas rápidas.
Também foi pioneira do merchandising na
telinha nacional, endossando produtos e
equipamentos de cozinha.
Com simplicidade e discurso
acessível, Ofélia mostrou para
o grande público a importância
de seguir técnicas e ter cuidado
com os ingredientes e com
a preparação prévia. Sua
importância como referência da
culinária brasileira na segunda
metade do século XX pode ser
medida pelo desfile de chefs
renomados que passaram
por seu programa. Luciano
Boseggia, Sergio Arno, Manuel
Andrade, Mao Hun Tseng e vários outros
foram convidados da bancada de A Cozinha
Maravilhosa.
Não é exagero dizer que ela cozinhou
praticamente até o fim. Depois de ficar
40 anos ininterruptos no ar, morreu
aos 74 anos, em 1998, e ainda deixou
vários episódios do programa gravados.
Por ocasião de sua morte, seus livros de
receitas já tinham vendido cerca de 600 mil
exemplares. Não houve programa de receitas
brasileiro até hoje que tenha escapado dessa
influência. Seu nome foi e sempre será
sinônimo de cozinha caseira
bem feita: simples, mas
nunca simplória.

Macarrão
da Ofélia
(6 porções)

* Artigo retirado do livro Histórias da Gastronomia Brasileira
(Ed. Rara), de Ricardo Amaral com Robert Halfoun
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